Nunca vai ser demais ler e escrever sobre Rubem Alves.
Ele nasceu em plena primavera de 1933.
Talvez por isso seu amor pelas árvores, principalmente os ipês amarelos onde em carta lida depois de sua morte, ele pede para serem jogadas suas cinzas.
“Um livro são pedaços de mim espalhados ao vento como sementes, para irem nascer onde o vento as levar”.
Rubem Alves era uma das referências do país em temas relacionados à educação.
Além de educador e escritor, atuou como cronista, pedagogo, poeta, filósofo, contador de histórias, ensaísta, teólogo, acadêmico, autor de livros infantis e até psicanalista, de acordo com sua página oficial na internet.
“Os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma”.
Um dia, encontrei Rubem Alves e começamos a conversar “mineiramente”, que é falando de saudades.
“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”.
Da nossa Minas Gerais e, continuando sobre os pães de queijo e bolinhos de chuva.
Contei a ele que em nossa casa, chamávamos de “bolinho de virar” e contei o porquê: ele vira sozinho quando está fritando na panela…
Ele gostou muito dessa história, mas o melhor mesmo foi que dei a ele, com dedicatória, o meu livro de poesias “Um Pouco de Mim”.
Ele olhou, folheou, agradeceu e colocou em sua pasta de mão dizendo:
– Vou ler no avião!
Gente, fiquei muito feliz!
Imaginei aquela figura tão importante, lendo o MEU livro no avião… não é para qualquer um!
Tudo o que ele escrevia era tão simples de entender e de uma profundidade tão grande!
Cada vez que terminava de ler algum texto dele me sentia tão plena, tão em consonância com suas palavras que me parecia ter eu escrito aquilo…
“Mas escrevo também com uma intenção gastronômica. Quero que meus textos sejam comidos pelos leitores. Mais do que isso: quero que eles sejam comidos de forma prazerosa. Um texto que nos dá prazer é degustado vagarosamente.”
Sem saber disso, o nome que escolhi para o meu blog é justamente uma mistura de cultura e culinária… acho que ele ficaria orgulhoso de mim!
“Sei que não resta muito tempo. Já é crepúsculo. Não tenho medo da morte. O que sinto na verdade, é tristeza. O mundo é muito bonito! Gostaria de ficar por aqui… escrever é o meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! Torço para que sejam ipês amarelos…”
“Deus existe para tranquilizar a saudade”.
Imagens: sedimentosdateca.blogspot.com
Para ter essa sensibilidade,só pode ser da terra da minha vó e madrinha Maria!!!Adoro vcs !!!Uai…ué…Que trem bom,Sô!!!
Uai!!! E num é que vosmecê fala a língua? Beijos.
Silvia, quando eu inaugurei meu antigo (e abandonado…) blog de culinária, também me inspirei em um texto do Rubem. Naquela época, ainda nao o conhecia pessoalmente. Isso aconteceu depois, em um momento de espera entre uma gravação e outra para o Portal. Conversamos sobre comida, claro, e também sobre o meu pai. Foi maravilhoso! Era uma pessoa muito especial.
Uma pena ter deixado de escrever em seu blog… ele foi um incentivo para eu começar o meu! Obrigada, querida! Beijos.