MAYBUK, UM RELATO PERFEITO

Para quem escreve um livro, a maior alegria é ouvir alguém falando sobre ele.

E melhor ainda quando só falam bem!!!

Foi assim que meu amigo Sérgio Maybuk, integrante da AME (Associação Mourãoense de Escritores) e grande prestigiador de todos nós escritores, comprou, leu e comentou em seu blog (Blog do Maybuk) sobre meu mais recente livro: Acalanto.

Foi tão generoso e seu escrito tão gostoso de ler, que coloco aqui para a leitura de todos vocês.

“O Blog do Maybuk, sempre que possível publica impressões de seu editor o professor Sérgio Luiz Maybuk referente alguma obra lida, de autores aqui da região de Campo Mourão-PR.

Na presente publicação impressões sobre a obra “Acalanto” – Crônicas, Haicais e Poemas da escritora e poetisa Silvia Fernandes.

Capa Tiago Silva. Revisão – Fabiane Prohmann. Edição – Jair Elias dos Santos Junior (Nova História Assessoria e Gestão Cultural). Projeto Gráfico André Luiz Alves (Moai Comunicação).

O Blog do Maybuk já fez várias publicações relacionadas com os escritos da Silvia Fernandes, mineira de nascimento (apaixonada pelo Estado e um dos poemas comprova isso) e paranaense e mourãoense  por escolha (também apaixonada pela cidade e poemas e crônicas comprovam isso).Ela encanta com seus textos, parte deles premiados ver seu no blog e encanta também com suas declamações de poesias (ver seu canal noYoutube) .

Importante destacar que ela faz parte da Academia Mourãoense de Letras – AML e Associação Mourãoense dos Escritores – Ame.

Com referência ao presente livro que servirá de presente de natal , de arrancada o/a leitor/a vai se encantar com o prefácio, um belo texto escrito pelo professor Fábio Sexugi, mas há uma discordância ali. Ele recomenda que se leia com calma e sem pressa, mas os escritos são tão bons que não é possível aceitar a recomendação, é possível devorá-los e depois pede-se perdão pela gula rsrs e aí sim, na segunda leitura segue-se o prefaciador. 

Com referência especialmente às crônicas e poesias, há duas características interessantes. A primeira é a de que são produções escritas em vários anos inclusive os dois últimos e essas duas formas de produção não têm data de validade.

A segunda é uma característica da autora. Ninguém acredita e pede o RG para conferir, mas ela já completou 70 (é uma setentona moderníssima e deve chegar aos 120). Tal detalhe é importante porque ela retrata situações que a juventude atual não conhece e ao mesmo tempo ela se atualiza junto com os netos e pode alcançar todos os públicos.         

São vinte e duas crônicas, uma mais deliciosa que a outra. Não serão comentadas todas, mas o/ leitor/a:

Poderá lembrar da avó se ela foi uma contadora de história. E se tem crianças,  e já as viu  brincando vai se deliciar e a netinha da autora já fala em débito e crédito.

Vai entender a importância da bela mistura que é tomar café e manusear um livro. E se é mais jovem vai estranhar de se falar em conversar no escuro mas se é mais velho vai ter gostosa recordação.

Que já sonhou ter um encontro com um/a cantor/a vai se identificar com a autora. Ou que já foi a evento que odiou ou que já teve uma prosa consigo mesmo/a vai rir ou refletir com a autora. 

Quem teve a experiência de colorir um livro ou teve o prazer de assistir filme de heróis com filho ou neto vai gostar.

É mulher que trabalha, que cuida da beleza ou percebe a necessidade de cuidar para elevar a auto estima ou que cuida de neto ou tira um momento específico para namorar ou consegue “atuar” em todas as personagens citadas, vai se identificar. Ou ainda vai lembrar de ter perdido o encanto por um homem, por causa de um hábito feio e dizer “aconteceu comigo”. E mais, inventou um pretexto para paquerar um homem desconhecido, também está valendo rsrs. 

Que já teve uma experiência linda e inesquecível quando criança, que já teve insônia, que já passou raiva por causa de mudança de casa, que já reencontrou um/a amigo que não via há muitos anos, também vai se encontrar no livro. 

Sobre os haicais são 39 e não há o que comentar, somente parabenizar. É mais fácil escrever crônicas.

Com referência aos poemas são 20 e também para vários gostos e parte deles premiados. 

Sobre Campo Mourão (duas),  Minas Gerais,  África, Amor, Entardecer, Casal apaixonado, Netos (cinco), Saudades, Calvário de Jesus, Natureza, Bailarina, Roupas penduradas (quem ler não olhará um varal com roupas como antes), uma com o título do livro e outra belíssima que trata da pandemia e fala do carnaval adiado e cita uma pequena parte, da talvez marchinha mais linda já composta em 1967, qual é?

Segredo. Compre o livro  e ao ler o verso lindo vai se sentir rodopiando num salão ou numa rua dos antigos e saudáveis blocos de carnaval. “

Gente, é isso aí!

Querem melhor resenha do que esta?

Obrigada, Sergio Maybuk!

Imagem do Carnaval: Acedata Contabilidade

“SE O SENHOR NÃO EDIFICAR A CASA, EM VÃO TRABALHAM OS QUE EDIFICAM; SE O SENHOR NÃO GUARDAR A CIDADE, EM VÃO VIGIA A SENTINELA.” Salmos, 127- 1

ACALANTO ( MEU CAÇULA)!

Sempre chamo de filho os meus livros e falei sobre isso ao meu editor.

Então, numa tarde da semana passada, recebo uma ligação dele dizendo:

-Sílvia, tem uma criança aqui do meu lado chorando querendo a mãe!

Levei um milésimo de segundo até entender e soltar um grito: UAU!!!

Pois é.

O JAIR ELIAS DOS SANTOS JÚNIOR, da NOVA HISTÓRIA ASSESSORIA E GESTÃO CULTURAL, chegou trazendo nos braços, a minha criação!

Mas vamos começar do começo!

2020, um ano em que o mundo parou!

E fui desafiada a me submeter a novos hábitos de vida.

E em meio a tudo isso, eis que me encontro enclausurada, debruçando sobre textos guardados, a espera de saírem de suas gavetas.

Foi então que decidi reunir em um volume só, as Crônicas, Haicais e Poesias deixando pronto para depois que a pandemia passar (e ela vai passar), mostrar que em meio a reclusão, podemos sim continuar a sonhar.

E esse “ACALANTO” é mais uma realização de um sonho!

(Isso acima está escrito na orelha do livro)

Pensei muito em quem iria escrever o prefácio desse livro, mas quando pensei nele, foi como se sempre fosse dele essa tarefa: FÁBIO SEXUGI, presidente da ACADEMIA MOURÃOENSE DE LETRAS, biênio 2019 e 2020.

E ele escreveu tão lindamente que me emocionei ao ler!

A dedicatória também não foi difícil: “Para minhas filhas VIVIANE e FABIANE, com amor”.

É claro que já tenho outro preparado e que vai ser dedicado a meu filho PAULO EMÍLIO.

Essa capa linda foi obra do TIAGO SILVA ( o mesmo que desenhou a capa do nosso livro da Academia).

A revisão deixei a cargo da minha filha FABIANE PROHMANN, sendo que esse é o segundo livro que ela faz esse trabalho.

Agora, por que ACALANTO?

Porque esse nome remete a um momento único de carinho, prazer, de sentimento bom.

Me faz lembrar de uma cadeira de balanço, que é onde quero ficar contando histórias, declamando poesias, recitando haicais.

ACALANTO é um desejo profundo de estar em paz, conversando com você, meu amigo leitor.

Que possamos traduzir nesse embalo da palavra a sonoridade da minha alma para a sua.

(Isso está na contra capa do livro)

Já dei uma dica sobre ele em SPOILER- PALAVRA DA MODA em outro post.

No lançamento do livro O NASQUIMI DOURADO E OUTRAS HISTÓRIAS, pude fazer uma verdadeira festa com muitos convidados, coquetel, fotos, etc.

Veja lá em: Ele chegou!!!A festa para ele!!! como foi tudo lindo!

Esse ano, devido a pandemia, os lançamentos de livros estão sendo através de lives pelo Facebook, na página da Academia Mourãoense de Letras.

E é lá que farei assim que minhas filhas que moram fora do Brasil, chegarem.

Então é isso!

Aguardem para ler!!!

“POR TI TENHO SIDO SUSTENTADO DESDE O VENTRE; TU ÉS AQUELE QUE ME TIRASTE DO VENTRE DE MINHA MÃE; O MEU LOUVOR SERÁ PARA TI CONSTANTEMENTE.” Salmos, 71- 6

APAGÃO!

Eram 15:30 do dia 19 último, quando eu falava com minha filha e a internet começou a rodar, falhar e deu aquele aviso de “sem sinal”!

Pensei que era por causa da bateria do celular que estava quase acabando, tratei logo de conectar e nada de sinal.

Mudei de tomada até que vi que o problema era outro: falta de energia!

-Ah, tá! Já já volta! Falei para mim mesma.

Que nada,,,

Fui até a vizinha conversar e ela e toda a rua estavam sem luz.

-Mas deve voltar logo! Continuei otimista!

Fui para minha rede aproveitando que estava fresquinho e gostoso.

Aí começou a ansiedade:

-Quero ver meu whatsapp! Quero checar meus e-mails!

Nada ainda…

-Bom, pensei, tenho certeza que até às 18:20, hora da minha novela preferida, a luz vai voltar.

Voltei olhar para o céu, as nuvens se movimentando, o vai e vem dos passarinhos, o beija flor costumeiro, e os minutos passando e nada da luz voltar.

-Bom, já são 19:00 horas e estou com um pouquinho de fome.

Aproveito para deixar preparada duas velas e uma caixa de fósforos sobre a mesa, pego uma taça de vinho, queijos, amendoins e volto para a rede.

E por ali fico, bebericando, comendo, enquanto ouço as conversas dos vizinhos que chegam e não conseguem abrir os portões elétricos.

Lembrei de uma crônica que escrevi sobre falta de luz, em “Conversas no Escuro“, e eu ali, só tomando meu vinhote e descansando (porque trabalhei bastante nesse dia, fazendo as “Comidinhas da Vovó”).

A noite cai.

O céu está estrelado e a lua maravilhosa, apareceu.

As lagartixas começam a correr pelo muro.

A rua está escura, entro, fecho a porta, e acendo minhas velas.

-Não é possível, penso, não pode demorar tanto assim, alguma coisa grande aconteceu e o pior é que tenho um freezer cheio de comidinhas congeladas.

Me recosto na cadeira da mamãe, fecho os olhos, abro os olhos.

Fecho a janela porque fiquei com medo dos bichos voadores.

Abro a janela porque fiquei com calor.

Apago uma vela e deixo só uma para o caso de demorar muito para voltar a energia e eu ficar no escuro…só tenho essas.

Fecho os olhos novamente quando, de repente, a luz volta ofuscando meus olhos acostumados ao escuro.

Eram 20:45.

Foi uma tarde/noite diferente…até arrumei assunto para uma nova crônica!

“E DISSE DEUS: HAJA LUZ. E HOUVE LUZ”. GÊNESIS, 1- 3

 

 

 

 

 

 

 

100.000 VISUALIZAÇÕES!!!

Caramba!!!

Quando penso que esse número é maior que toda a população da cidade onde moro (Campo Mourão tem 94.153 habitantes conforme o IBGE de 2017), fico, no mínimo, espantada!

E feliz!!!

Comecei a escrever ainda tão inexperiente, isso em maio de 2013, quando contei o porquê do nome do blog e um pouco sobre mim.

Pensava nas pessoas e na responsabilidade que eu tinha em apresentar alguma coisa boa, diferente, gostosa de ler.

E hoje vejo com surpresa a lista de países que visualizam esse meu blog: BRASIL, ESTADOS UNIDOS, PORTUGAL, FRANÇA, HOLANDA, ÁFRICA DO SUL, ANGOLA, IRLANDA, CANADÁ, REINO UNIDO, ALEMANHA, SUÍÇA, ISRAEL, MOÇAMBIQUE, UNIÃO EUROPÉIA, ITÁLIA, SUÉCIA, JAPÃO, LUXEMBURGO, ESPANHA, ARGENTINA, BOLÍVIA, PARAGUAI, TAIWAN, POLÔNIA, MOLDÁVIA, CHILE, VENEZUELA, COLÔMBIA, UCRÂNIA, CABO VERDE, TAILÂNDIA, RÚSSIA, BÉLGICA, ÍNDIA, MÉXICO, BULGÁRIA, SURINAME, SÉRVIA, MACAU (CHINA), portanto 40 países!

Fico pensando quem, lá na Moldávia ou Suriname ou Macau, abriu esse blog e compartilhou um momento comigo…

Puxa, 100.000!!!

E nesse tempo contei tantas histórias, contei sobre viagens e cidades onde morei (11 ao todo), postei crônicas, poesias, vídeos, ensinei tricô e crochê, indiquei livros e filmes, e receitas (202), ao todo 397 posts.

É…conversamos muito nesses quase cinco anos!

E aí mudei de cidade, deixei meu cabelo branco, natural, fui premiada com contos e poesias, escrevi mais um livro (a ser lançado logo, logo), conheci pessoas, fiz novas amizades, ganhei mais netos, cuidei de plantas, e tantas coisas mais.

E quero continuar escrevendo, sempre, cada dia mais, que é o que ofereço a você que é um dos 100.000 que hoje forma comigo essa rede de amigos que me faz tão feliz!

(Foto tirada em dezembro de  2017 em Balneário Camboriú, sintam-se todos dentro desse abraço)

 

“Mas eu, com um cântico de gratidão,
oferecerei sacrifício a ti.
O que eu prometi
cumprirei totalmente.
A salvação vem do Senhor”.

Jonas, 2- 9

VOCAÇÃO

Talento, aptidão.

Muitas vezes é difícil reconhecermos, quando jovens, para quê temos talento.

Tem pessoas que parecem nascer sabendo aquilo que desejam ser no futuro.

_Vou ser arquiteta! Disse minha filha mais velha com apena cinco anos de idade, enquanto desenhava em seu caderno.

desenhista

E é!

Feliz da vida!

Outros vão descobrindo aos poucos, gastando tempo e dinheiro ao abandonar cursos ou mudando para outros completamente diferentes.

Tem aqueles que fazem testes vocacionais de tão indecisos que estão e, tem aqueles que acham não ter vocação para nada.

Do alto da minha experiência, penso que todos nós podemos descobrir, inventar e desenvolver nossas aptidões.

vocação

Um belo dia me formei professora e enquanto dava aulas, vi que poderia pintar estatuetas em gesso (muito em moda naquela época), aprender piano, violão, representar e cantar.

Fui vendedora de jóias e gerente de lojas.

Aprendi em cada uma gostar do que aprendia e fazia.

Assim eu falava de produtos dietéticos e insulinas com a mesma autoridade com que falava sobre artesanato brasileiro.

Fui recepcionista, locutora e coordenadora de cursos.

Dei palestra sobre Ética Profissional e fui modelo sênior por um período de tempo.

Sempre me saí bem.

E o que dizer do meu talento para mãe? Isso somente meus filhos podem atestar, mas pelos resultados…

Ultimamente passo meus dias na cozinha fazendo congelados.

Agora, o que sempre esteve presente, entre idas e vindas, foi minha vocação para escrever!

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As poesias apareciam, muitas vezes, prontas em minha mente.

Depois me encantei com os Haicais e escrevia sem parar.

Quando comecei a escrever crônicas, foi tanta descoberta, a de não me sentir presa a rimas, sonoridade, cadência e contagem de sílabas, estava livre para escrever o que sentia e os sentimentos eram colocados amontoados em folhas de papel.

Quando pensava que não existia mais o que inventar, vieram os netos e com eles, as histórias infantis!

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Meu Deus!

Pegava meu caderno, caneta na mão e elas vinham tomando forma e cores, vida, nos meus movimentos de escrever.

E, de repente, lá estavam elas, bem ali, de frente aos meus olhos, prontas!

Aí fazer um curso de contação de histórias, foi um pulo: é uma alegria imensa compartilhar com meus netos a magia do faz de conta.

Jardim Encantado22

E ainda tenho esse blog que é a mistura do que mais gosto: cultura e culinária!

Resumindo, dentro de todas as coisas, tudo que fiz e fui, a literatura sempre esteve permeando, infiltrando, sabendo que um dia seria ela, por inteiro, quem faria parte de toda a minha existência.

Vocação!

É isso!

Imagens: plurim.wordpress.com; milc.net.br

“NÃO SABEIS VÓS QUE OS QUE CORREM NO ESTÁDIO, TODOS, NA VERDADE, CORREM, MAS UM SÓ LEVA O PRÊMIO? CORREI DE TAL MANEIRA QUE O ALCANCEIS.” I Coríntios 9- 24

2º ANIVERSÁRIO DO BLOG

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Puxa!!! “Meu filho” está crescendo! Com dois anos ele conhece tanta gente, tem inúmeros seguidores, viaja por mais de 46 países (isso em 2014) e a cada dia se torna mais bonito!!!

Claro, sou mãe coruja!!!

Se quiserem, podem dar uma olhada no primeiro aniversário dele.

Foram vídeos de historinhas infantis e comidinhas, indicações legais, receitas deliciosas, crônicas diversas e poemas inspirados.

Hoje só quero agradecer por sua existência que me faz tão feliz!

Mas uma vozinha começou a me incomodar dizendo que tantos seguidores e em tão diferentes países, mereciam uma mensagem especial no término de cada postagem minha.

E assim resolvi que, a partir de hoje, no final de cada post, vou colocar um pensamento, provérbio ou versículo para vocês meditarem, OK?

E vou começar com Salomão, conhecido por sua sabedoria e riqueza.

“Sabedoria tem relação direta com tornar-se preparado para honrar os pais, criar nossos filhos, lidar com dinheiro, conduzir a sexualidade, trabalhar e exercitar liderança, usar bem as palavras, tratar os amigos com gentileza, comer e beber saudavelmente, cultivar emoções e atitudes em relação aos outros de modo pacífico”. (Bíblia A Mensagem)

baloes-personalizados

Portanto, obrigada a todos vocês que me acompanham na criação de mais esse filho!

“INSTRUI A CRIANÇA NO CAMINHO EM QUE DEVE ANDAR, E, ATÉ QUANDO ENVELHECER, NÃO SE DESVIARÁ DELE”. Provérbios, 22-6

Imagens: 1) diariodebordo.net.br; 2) superbrinquedos.wordpress.com

O EXAME DE FEZES

Esse foi o primeiro texto que escrevi e que tive a coragem de mostrar para minha amiga Luciane Prendin, professora de Português e colega de trabalho.

Ela leu com atenção e disse:

– Esse texto é formidável! Você devia começar a escrever crônicas!

E aí foi o empurrão para eu começar a escrevê-las, surgindo aí o livro “Confidências ao Meio Dia”.

Pensei em não colocar essa pelo assunto em questão (kkkkkkk), mas afinal como sendo a primeira, tem o seu valor.

Vamos a ela!

laboratório

Olhei para aquela solicitação de exames e li: “exame de fezes ocultas”.

Puxa vida, pensei, o que vem a ser isso?

Fui até o laboratório buscar, além do recipiente, informações a respeito.

Simples: você vai colher a amostra e trazê-la bem fresca dentro desse vidro.

Difícil: eu nunca tinha feito isso!

Lembrei de quando criança, meu pai desinfetando um urinol (pinico mesmo para quem não sabe) e depois cortando um pedacinho do dito cujo e colocando com cuidado dentro de uma latinha de vaselina (também não sabe o que é, não é mesmo?) sob meu olhar curioso.

Aí pirei: primeiro, não tinha urinol (que palavrinha mais sem graça!), tinha um nojo danado só de pensar em cortar aquilo e, por último, teria que levar numa data certa, num sábado cedo porque durante a semana não poderia chegar atrasada ao trabalho.

Quer dizer, teria um dia e hora marcados para fazer meu intestino (que não conhece nada de horários) funcionar.

Então comecei a pensar no assunto e, de tanto pensar, sonhava à noite com a complicação toda, fezes voando para todos os lados e, acordava suando.

malhar

Para acabar logo com aquilo, marquei comigo mesma que teria de ser no próximo final de semana.

Quanto antes, melhor!

E o dia foi chegando e eu só pensando naquilo: conversava, trabalhava, via TV e…lá estava o papel me olhando, como a dizer “quero só ver como você vai fazer!”.

Chegou a véspera do sábado e deixei tudo preparado: passei álcool numa bandeja plástica que felizmente não tinha sido jogada fora, onde eu iria depositar o referido, uma faca de plástico e um par de luvas que usava para pintar o cabelo.

Como era sábado, levantei mais tarde, depois de uma noite agitada em que me via em cena no banheiro.

Tentei mandar uma mensagem ao meu intestino de: “alôôôô, não tô nem aí”, bem indiferente, mas meu inconsciente gritava: “preciso fazer cocô”!

Lá pelas tantas vi que ia conseguir e corri.

Posição de cócoras e lá vai… quase errei a mira!

Então calcei as luvas, peguei a faquinha e cortei, ainda no capricho, pensando que o melhor seria pegar um pedaço de dentro (o começo é mais velho, o final é recente e o meio, bem… é sempre o meio termo).

Nem sei como ainda raciocinava sobre isso com o meu estômago dando cambalhotas!

Com muito jeito, coloquei dentro do pote e tampei.

Suava!

Que situação mais esdrúxula!

Peguei os utensílios usados, embrulhei em um saco e coloquei no lixo antes de tomar um banho daqueles de meia hora em baixo do chuveiro como para tirar qualquer vestígio do acontecido.

banho

E lá fui eu para o laboratório entregar meu troféu.

Tirei o pacotinho da bolsa e, sem graça, deixei-o com a atendente que nem ligou, nem calculou o trabalho que tive, o tormento pelo qual passei.

Depois desse, encaro qualquer exame… já passei nesse!

Imagens: 1) labanalisesesmoriz.pt; 2) gordinhaeununcamais.blogspot.com; 3) cassianasalvador.wordpress.com

 

 

RESSONÂNCIA

A crônica de hoje foi escrita há dez anos atrás quando fiz esse exame pela primeira vez. 

Como repeti agora há poucos dias, achei oportuno mostrá-la.

Então… vamos lá!

RESSONÂNCIA

Bem que se diz que a velhice nos traz experiência!

É verdade!

Eu nunca precisei saber o que era ressonância magnética até sentir minha primeira dor nos joelhos e, depois de ir ao médico, fazer a seu pedido esse exame.

joelhos

A clínica, bonita por fora, dentro mais parecia um hospital: corredores com portas de vai e vem, avisos disso e daquilo, cheiro de remédio no ar, pessoas andando com camisolões e soro nas veias, enfermeiras ziguezagueando por ali.

Fui encaminhada ao vestiário e também precisei usar aquela “linda” roupa esterilizada.

Comecei a fazer parte do ambiente assim que terminei de retirar brincos, relógio, anel, corrente e fivela de cabelo e então me sentei num cantinho da sala de espera.

Percebi um corre- corre diferente e vieram me informar que a máquina acabara de estragar… cancelaram todos os exames.

Também em pleno domingo à tarde, até a máquina se viu no direito de descansar.

Claro que fiquei chateada porque além de ter perdido minha tarde de folga, teria que agendar um novo dia.

Mas… lá estou eu novamente, num final de tarde, depois de um dia cansativo de trabalho.

Respondo de novo todas as perguntas e o ritual se inicia.

Entro na sala.

máquina

A tão falada máquina é realmente assustadora!

Enorme!

Fui deitada, colocaram meu joelho em evidência, ajustaram fones em meus ouvidos recomendando que não me assustasse com o barulho, que não me mexesse, deram-me uma campainha para o caso de me sentindo mal, apertá-la e…saíram.

Então começou o exame.

O barulho é  muito alto e os sons vão mudando.

Eu tensa, imóvel.

Só meus olhos viravam de um lado para outro e meu pensamento, ah! esse sim, dava voltas e mais voltas.

Comecei a contar os quadrados do forro.

Aí parei o olhar em um respiradouro de ar com doze saliências em metal, como uma grade, e pareceu-me ver o Tom Cruise descendo por ela como no filme Missão Impossível.

E aquele monstro, codinome máquina, tremia, esbravejava, sacudia, urrava, querendo e conseguindo me apavorar.

Pelo tanto de sinais que emitia, meu joelho estava sendo devassado, esmiuçado, dissecado, pobrezinho!

Aí, de repente o silêncio!

Voltam os enfermeiros, colocam o outro joelho (ainda bem que não sou uma centopeia, nem sei se centopeia tem joelhos) para ser examinado e começa tudo de novo.

Mas aí já estou até me acostumando e o tempo passa mais rápido.

Silêncio!

Os atendentes voltam solícitos:

– Tudo bem com a senhora? Está sentindo alguma coisa?

E eu respondo sorrindo que tudo está bem, agora.

Afinal acumulei mais uma experiência em meu currículo…

Saí apressada para me vestir, pegar um táxi e correr para casa a tempo de assistir o penúltimo capítulo da novela das sete.

tv

Do meu livro Confidências ao Meio Dia

Imagens: 1) kilorias.band.uol.com.br; 2) http://www.forebrain.com.br; 3) newvagaboard.blogspot.com

A MENINA ESCOLHIDA

Quando dei por mim, eu tinha pai, mãe, um irmão e uma babá.

Ela tinha a pele bem escura, um colo macio, era alegre, cozinhava como ninguém e engomava minhas anáguas que eu vestia aos domingos para ir à Igreja.

– Tem que ficar bem armada, Pedrina! Bem duras que parem de pé! Eu falava na minha impaciência de criança.

E ela engomava novamente, passava, me vestia e penteava meus cabelos crespos, sempre ouvindo meus choramingos.

Aí sentávamos para conversar: lareira acesa, pinhão estourando na brasa, vento gelado passando pelas frestas da porta, lá em Castro onde morávamos.

Castro

E sempre acabávamos pedindo para mamãe contar a “história da Pedrina”.

– “Eu e seu pai”, começava ela, “fomos morar, logo que casamos, em Machado, lá onde você, Silvinha, nasceu. Mas isso foi bem antes de você vir ao mundo. Como seu pai era pastor, visitávamos sempre as famílias da Igreja. Íamos a sítios, casas bem longe do centro e foi numa dessas vezes que chegamos em uma casinha bem pobre, de tábuas, chão de terra batida, apenas um cômodo onde morava a família da Pedrina: pai, mãe e sete filhos. Começamos a conversar, ensinar sobre higiene, cuidado com as crianças, quando vi, espiando pela porta aberta, uma carinha risonha. Colocava a cabeça, olhava, sorria e escondia de novo. Foi quando o pai dela contou-nos que não tinha condições de sustentar sua família, que estavam doentes e que, portanto, iam dar seus filhos. Se quiserem, ele falou, podem escolher qualquer um e levar. Eu então apontei para a porta e disse que era aquela menininha que eu iria levar. E assim, trouxemos a Pedrina para nossa casa. Como ela tinha piolhos, tivemos que raspar sua cabeça após o banho com bucha e sabão. Tiramos os bernes e colocamos creolina. Encontramos carrapatos e tiramos enquanto ela chorava… e nós também. Era magrinha de dar dó, mas fomos tratando com carinho e assim ela se curou e entrou para nossa família”.

Muitas vezes ouvimos essa narrativa e cada vez nos empolgávamos com a parte dos bichos e cada vez os olhos de Pedrina se enchiam de lágrimas de reconhecimento.

Como ela nos amava!

Viveu sempre ao nosso lado até se casar com um cabo do exército que servia com meu irmão.

Não podia ter filhos, mas queria tanto!

Até que um dia conseguiu engravidar e mamãe cuidou dela com infinita paciência, porque sua pressão subia pondo em risco sua vida e do bebê, que veio ao mundo recebendo o nome de Yedda em homenagem à minha mãe.

Mae negra (1)

Viveu pouco, depois disso.

Fiquei com aquela impressão triste de que se foi cedo demais…

Agora só restam lembranças e saudades!

(Do meu livro Confidências ao Meio Dia)

Imagens: 1) http://www.castro.pr.gov.br; 2) simplismentevida.blogspot.com

O BRINCO QUE NÃO FOI PERDIDO

Era uma moça divorciada, já meio passadinha, mas que se achava a maioral!

Ela era realmente bonita ainda, estava com tudo em cima, mas nem tanto para ficar com essa bola toda.

Estava namorando um “bom partido” e devia dar graças a Deus e sossegar o facho, mas ela simplesmente não conseguia agir assim.

Era maior que ela a vontade de aparecer, ser admirada, valorizada…

Alguém já tinha até comparado esse seu jeito com um sabiá preso na gaiola, olhando para todos os lados com medo de perder alguma coisa.

PassarinhoGaiola

Assim foi que em uma bela noite, saíram os dois para um barzinho da moda.

Lugar agradável, música ambiente, comida gostosa, gente bonita.

Conversa vai, conversa vem e eis que nossa heroína já está desinteressada do seu companheiro, mal ouvindo o que ele fala e, portanto, observando as mesas ao lado.

Seus olhos batem certeiros nos de um homem lindo, maravilhoso, SOZINHO!

– Que falta de sorte! Pensa ela. Justo hoje que vim acompanhada me aparece esse deus grego! 

E tem início a mais descarada paquera!

O coitado do seu namorado nem se dá conta de tamanha canalhice!

Então ela pensa: – vou dar um jeito de ir para casa e volto depois no meu carro!

Foi o que fez.

Simulou aquela dor de cabeça e ele prontamente levou-a para casa.

Entrou por uma porta e saiu por outra.

Pegou seu carro e lá se foi maquinando como faria.

Tirou um brinco de ouro de uma orelha, guardou na bolsa e chegando à porta do bar, perguntou ao segurança se poderia entrar.

– Perdi meu brinco de ouro! Falou fazendo beicinho. Poderia entrar para procurá-lo? Tenho certeza que deixei cair perto da mesa onde estava.

Gentilmente o rapaz abriu a porta e acompanhou-a até a mesa.

Ela foi entrando e seu olhar rapidamente foi até a mesa onde DEVERIA estar o bonitão.

Não estava mais lá!

O homem tinha ido embora!

– Não acredito! Falou entre dentes.

E foi fazer seu papel: procurou o brinco em baixo da mesa, em volta, pediu desculpas, fez cara de triste e saiu.

– Console-se com o que tem! Repetiu para si mesma. Mas que a Globo perdeu uma atriz, isso com certeza!

Abriu a bolsa, pegou o brinco, colocou na orelha e lá se foi sorrindo…

mulher dirigindo

Imagens: 1) carinhoecasa.blogspot.com; 2) escrevalolaescreva.blogspot.com

E ATENÇÃO: NO PRÓXIMO POST, DIA 01 DE DEZEMBRO, COMEÇAM AS RECEITAS E REFLEXÕES NATALINAS, DURANTE TODO O MÊS!!!