Esse foi o primeiro texto que escrevi e que tive a coragem de mostrar para minha amiga Luciane Prendin, professora de Português e colega de trabalho.
Ela leu com atenção e disse:
– Esse texto é formidável! Você devia começar a escrever crônicas!
E aí foi o empurrão para eu começar a escrevê-las, surgindo aí o livro “Confidências ao Meio Dia”.
Pensei em não colocar essa pelo assunto em questão (kkkkkkk), mas afinal como sendo a primeira, tem o seu valor.
Vamos a ela!
Olhei para aquela solicitação de exames e li: “exame de fezes ocultas”.
Puxa vida, pensei, o que vem a ser isso?
Fui até o laboratório buscar, além do recipiente, informações a respeito.
Simples: você vai colher a amostra e trazê-la bem fresca dentro desse vidro.
Difícil: eu nunca tinha feito isso!
Lembrei de quando criança, meu pai desinfetando um urinol (pinico mesmo para quem não sabe) e depois cortando um pedacinho do dito cujo e colocando com cuidado dentro de uma latinha de vaselina (também não sabe o que é, não é mesmo?) sob meu olhar curioso.
Aí pirei: primeiro, não tinha urinol (que palavrinha mais sem graça!), tinha um nojo danado só de pensar em cortar aquilo e, por último, teria que levar numa data certa, num sábado cedo porque durante a semana não poderia chegar atrasada ao trabalho.
Quer dizer, teria um dia e hora marcados para fazer meu intestino (que não conhece nada de horários) funcionar.
Então comecei a pensar no assunto e, de tanto pensar, sonhava à noite com a complicação toda, fezes voando para todos os lados e, acordava suando.
Para acabar logo com aquilo, marquei comigo mesma que teria de ser no próximo final de semana.
Quanto antes, melhor!
E o dia foi chegando e eu só pensando naquilo: conversava, trabalhava, via TV e…lá estava o papel me olhando, como a dizer “quero só ver como você vai fazer!”.
Chegou a véspera do sábado e deixei tudo preparado: passei álcool numa bandeja plástica que felizmente não tinha sido jogada fora, onde eu iria depositar o referido, uma faca de plástico e um par de luvas que usava para pintar o cabelo.
Como era sábado, levantei mais tarde, depois de uma noite agitada em que me via em cena no banheiro.
Tentei mandar uma mensagem ao meu intestino de: “alôôôô, não tô nem aí”, bem indiferente, mas meu inconsciente gritava: “preciso fazer cocô”!
Lá pelas tantas vi que ia conseguir e corri.
Posição de cócoras e lá vai… quase errei a mira!
Então calcei as luvas, peguei a faquinha e cortei, ainda no capricho, pensando que o melhor seria pegar um pedaço de dentro (o começo é mais velho, o final é recente e o meio, bem… é sempre o meio termo).
Nem sei como ainda raciocinava sobre isso com o meu estômago dando cambalhotas!
Com muito jeito, coloquei dentro do pote e tampei.
Suava!
Que situação mais esdrúxula!
Peguei os utensílios usados, embrulhei em um saco e coloquei no lixo antes de tomar um banho daqueles de meia hora em baixo do chuveiro como para tirar qualquer vestígio do acontecido.
E lá fui eu para o laboratório entregar meu troféu.
Tirei o pacotinho da bolsa e, sem graça, deixei-o com a atendente que nem ligou, nem calculou o trabalho que tive, o tormento pelo qual passei.
Depois desse, encaro qualquer exame… já passei nesse!
Imagens: 1) labanalisesesmoriz.pt; 2) gordinhaeununcamais.blogspot.com; 3) cassianasalvador.wordpress.com
Vc não existe! Kkkk pelo menos o exame lhe rendeu uma bela crônica e o empurrão para escrever o livro! Rsrs
É verdade, Pati!!! Bem que se diz que “há males que vem para bem”!!!
Kkkkkkkk, essa foi demais Silvinha… Parabéns pela coragem… Bjs minha flor!
Obrigada, Fabi!!! Beijos!!!
Amei, o texto desde a primeira vez que li. E, agora, com as imagens ficou melhorar ainda. Amo seus textos, NUNCA pare de escrever e PUBLIQUE sempre….. Precisamos de bons textos. Bjs.
Obrigada!!!!!!! Sempre e por tudo!!!!! Beiijos!!!