É bem cedo e abro a veneziana com medo.
Durante a noite ouvi sons, barulhos vindo da mata ao lado da minha janela.
Os ruídos no escuro tomam uma proporção diferente e, por causa do calor, liguei o ventilador para também abafar o que ouvia e dormi tranquila.
E cá estou em frente à janela, torcendo para que tenha sol.
E se choveu durante a noite e agora o dia está cinzento, com chuva, frio, tristonho?
Nem pensar!
Abro de uma vez e… sol, céu azul, passarinhos cantando, árvores se agitando de leve trazendo a brisa perfumada da manhã.
– Obrigada, Senhor!
Aqui tudo tem sua própria rima: a Pedra da Baleia nos faz lembrar o canto da sereia, areia, lua cheia; a Isabel, dona da Pousada, tem o privilégio de rimar seu nome com o mel da Ilha e assim por diante.
Tomo meu café observando os passarinhos a comer os pedaços de frutas colocados para eles e, são Sanhaços, Sangue de Boi, Sete Cores, Beija Flores.
Passo a manhã naquela praia enorme, com todo o espaço para estender minha toalha onde quiser.
Meu único esforço é virar de lado para o sol queimar minha pele por igual, sentar para passar o protetor novamente, caminhar pela praia, molhar os pés na água morna e pronto!
À tarde, fico no quiosque, tomo uma cerveja e olho, olho, olho.
Não ouço buzinas nem telefones, somente a calma da tarde se pondo.
Leio um livro, converso com turistas e janto (como tenho fome!) enquanto a noite se derrama em milhares de estrelas.
E é só aqui que conversamos sobre elas, seus nomes, constelações e apontamos o céu traçando linhas imaginárias.
Bocejo.
Vou dormir feliz!
Ainda tenho alguns dias…
Imagem 1- Fortaleza dos Prazeres- http://www.copa2014.pr.gov.br
Imagem 2- Farol das Conchas- http://www.mundi.com.br