Essa poesia foi premiada no VIII VARAL DE POESIA (Ariano Suassuna) da Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão em 2007.

Tive o prazer de comparecer ao evento (uma linda festa) para ler e receber o troféu.

E o melhor…receber o aplauso e carinho de meu filho Paulo Emílio que mora lá.

roupas+varal

 

ROUPAS PENDURADAS

Ah, magia!

Poucas vezes percebida…

Roupas ao sol, limpas,

a balançar numa corda de varal.

—–

Se confunde com a brisa

o cheiro do amaciante

e o vento as toca docemente

como carícia de amante.

—–

Nele pendurei lençóis

e com eles a solidão;

manchados ainda,

impregnados de paixão.

—–

Pendurei toalhas

macias, envolventes,

que secaram corpos

saciados, ardentes.

—–

Pendurei blusas

entrelaçadas em abraço.

Calças que caminharam

em dolorido cansaço.

—–

Pendurei lenços

que lágrimas enxugaram.

Pijamas que dormiram

e comigo sonharam.

—–

E as roupas, ruborizando, secam.

Cores voltam ao normal.

E como bandeiras desfraldadas

se agitam num festival.

—–

Fica o puro, imaculado,

sem igual.

Roupas secando, dançando,

numa corda de varal.

varal- desenhoImagem 1- imperatrizleopoldinahabsburgo.blogspot.com

Imagem 2- http://www.cafeinaliteraria.com.br

 

 

3 comentários em “ROUPAS PENDURADAS

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