CRÔNICA: ENXERGANDO ANJOS

                                 

                                                                A foto acima foi da confraternização de final de ano da AME (Associação Mourãoense de Escritores).

ENXERGANDO ANJOS

Já escrevi muito sobre eles, sobre como conversamos e como em quantas vezes eles estiveram comigo.

Leio sobre suas aparições na Bíblia, que aconteceram desde sempre. Mas nesse final de ano senti que eles queriam me fazer lembrar de uma maneira mais real, da presença deles em minha vida.

Começou quando ganhei dois anjos lindos, de uma amiga querida e, os coloquei em minha árvore de natal.

Ela, toda iluminada, ficou até mais radiante com o toque angelical deles.

Aí, estava eu em Curitiba, sem nada para ler, hospedada em um apartamento e tive a ideia de procurar algum livro que porventura estivesse em um móvel para minha leitura. Encontrei um: “Os Anjos Respondem”.

Eram depoimentos, inúmeros, de pessoas que viram, ouviram e conversaram com anjos ao redor do mundo. Aí voltei para minha casa e conversando com uma amiga, por mensagem, perguntei se tinha algum livro para me emprestar. Afinal estamos ainda em férias.

Ela veio até minha casa, trouxe alguns que não me interessaram, menos um, que chamou minha atenção: “Jogando Xadrez com os Anjos”. É o que estou lendo.

Hoje fiquei deitada em minha rede olhando o céu e as nuvens que iam passando.

Tive a impressão de ver um anjo se formando, mas foi muito rápido porque as nuvens de chuva vieram e atrapalharam minha visão. Só sei que estou me sentindo mais protegida do que nunca e, quando uma pombinha bateu as asas perto da minha janela, achei que pudesse ser um deles… Deles mesmo, dos anjos. Que devem estar sorrindo enquanto escrevo isso.

“O ANJO DO SENHOR ACAMPA-SE AO REDOR DOS QUE O TEMEM, E OS LIVRA.” Salmos, 34- 7

CRÔNICA: AMIGO

                                                      

Como contei no post passado, o dia do lançamento do novo livro da AME (Associação Mourãoense de Escritores) foi muito festivo e acima temos o brinde que fizemos.

E aí vai mais uma crônica minha.

AMIGO

Um cachorro, raça indefinida, grande, malhado; morador de uma casa a duas quadras da minha. Todos sabem do medo que tenho deles, desde que fui mordida por duas vezes quando criança. Foi quando vim morar aqui, em 2016, que o conheci.

Talvez já tivesse uns dois ou três anos. Super andarilho e nunca sequer me olhou. Como caminho muito pelo bairro a pé, constantemente o encontrava perambulando e, como não sabia o seu nome, batizei-o de Amigo. Se ia até o ponto de ônibus, se andasse até o mercado, se fosse onde fosse; sempre dava de cara com ele.

No final da tarde quando eu voltava de algum lugar, via que ele também já havia chegado em sua casa e, latia, para alguém do lado de dentro abrir o portão para ele. Durante esses nove anos acostumei-me a olhar e ver se ele estava lá dentro no quintal, ou se já havia saído para o seu passeio diário.                        

Ultimamente, não o tenho encontrado mais, e isso me preocupou. Fui até sua casa e lá estava ele, deitado, parecendo tão triste e magrinho. O tempo não perdoa mesmo…

Ainda tenho passado por lá e conferido sua presença: imóvel e sozinho. Sei que logo vou passar por ali e não o verei mais. Ele nunca ficará sabendo que eu existo e que dei a ele um nome tão especial: Amigo!

“NOTA: esses dias passei por lá e vi uma senhora saindo da casa. Perguntei a ela sobre o cachorro que sempre estava ali e ela respondeu: ele morreu!”

Foram lidas algumas crônicas e a mim coube a leitura de Mariângela Pellizzer, Maturidade.

“E BUSCAR-ME-EIS E ME ACHAREIS QUANDO ME BUSCARDES DE TODO O VOSSO CORAÇÃO. E SEREI ACHADO DE VÓS, DIZ O SENHOR.” JEREMIAS, 29- 13 e 14.

CRÔNICA: UM VIZINHO INDESEJADO

A AME (Associação Mourãoense de Escritores) teve como objetivo desse ano de 2025, um livro de crônicas, onde cada escritor poderia contribuir com até quatro crônicas inéditas.

Foi uma vitória para muitos que ainda não tinham despertado para esse gênero literário.

O livro foi lançado em novembro, numa festa com muitos convidados presentes.

Segue abaixo uma de minhas crônicas publicadas no livro.

UM VIZINHO INDESEJADO

 Tenho um vizinho.

Quem não tem? Porém, igual ao meu, eu duvido!

A janela do meu quarto, dá para o muro que separa a casa dele. E ele começa o dia às sete da manhã esquentando o motor do caminhão que fica nos fundos da casa, encostado ao meu muro, o que leva mais ou menos uns quinze minutos.

Até aí, tudo bem, afinal ele está saindo para trabalhar. Viro para o lado e tento dormir mais um pouco. Só que, ao sair, ele prende os cachorros (deve ter uns cinco no mínimo) nesse muro e tem um em especial que late a manhã inteira. Sempre no mesmo tom, sem parar até para respirar! É de enlouquecer. Aí levanto e vou começar o meu dia. Coloco uma música em minha Alexia, para abafar os latidos e sigo em frente.

Quando ele volta em seu caminhão já à tarde, começa a cortar madeira (ele deve ter uma serraria acoplada ao muro), folhas de zinco, (já ouviram o barulho que faz?), bater, serrar e dá-lhe disposição!

Quando termina, pega uma daquelas máquinas Wap, liga e começa a lavar tudo! Bom, aí você acha que terminou e vai dormir, descansar. Que nada! Liga o rádio em uma estação AM, numa altura que tenho que fechar tudo para não ouvir (e nem combina o gosto dele com o meu!).

Então, fico imaginando-o lá, sentado, ouvindo suas músicas e pensando em fazer tudo igual no dia seguinte.

Pois é… e a vida continua.

Ninguém merece!

Nessa foto estão os escritores recebendo seus livros e comemorando muito!

“TENHO-VOS DITO ISSO, PARA QUE EM MIM TENHAIS PAZ; NO MUNDO TEREIS AFLIÇÕES, MAS TENDE BOM ÂNIMO; EU VENCI O MUNDO.” João, 16- 33

POETIZANDO… LYA LUFT

Lya Fett Luft nasceu em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, no dia 15 de setembro de 1938. Filha de descendentes germânicos aprendeu o alemão e desde cedo gostava de ler. Com onze anos decorava poemas de Goethe e Schiller.

Estudou em Porto Alegre, onde se formou em Pedagogia e Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica. Trabalhou para editores traduzindo autores de língua inglesa e alemã, entre eles, Virgínia oolf, Herman Hesse e Thomas Mann.

Primeiro romance de Lya Luft, publicado em 1980, é a obra que a consagrou no mundo da ficção. O livro traz a visão de Anelise sobre sua família, marcada pela loucura e pela morte.

A temática se consolida ao longo de sua obra, que em geral contempla mulheres como personagens principais, aborda temas como problemas familiares, medo, culpa, loucura, morte e transgressões, como em seu livro seguinte, A asa esquerda do anjo.

Sua produção literária reúne poesias, ensaios, contos, literatura infantil, crônicas e romances. Foi colunista da Revista Veja, tradutora e professora universitária e em 2013 recebe o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL), na categoria de ficção, romance, teatro e conto, pela obra O Tigre na Sombra (2012).

Lya Luft contribui para diferentes áreas da produção e do conhecimento sobre literatura no Brasil, tanto em intensa produção literária, tendo a mulher, suas vivências e conflitos como protagonista, quanto na docência e na tradução.

Faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 30 de dezembro de 2021.

“O SENHOR É A PORÇÃO DA MINHA HERANÇA E O MEU CÁLICE; TU SUSTENTAS A MINHA SORTE.”Salmos, 16- 5

POETIZANDO… MIA COUTO

Antonio Emílio Leite Couto,  nasceu e estudou na Beira, cidade capital da província de Sofala, em Moçambique em 05 de julho de 1955.

Adotou o pseudonimo de Mia Couto porque tinha uma paixão por gatos. 

Além de considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. 

Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Premio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos e em 1995 e foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. 

Em 2013, foi homenageado com o Premio Camões.

Como biólogo, dirige as Avaliações de Impacto Ambiental, IMPACTO Lda., empresa que faz estudos de impacto ambiental, em Moçambique. Mia Couto tem realizado pesquisas em diversas áreas, concentrando-se na gestão de zonas costeiras. Além disso, é professor da cadeira de ecologia em diversos cursos da Universidade Eduardo Mondlane.

Mia Couto tem uma obra literária extensa e diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas, e é considerado como um dos escritores mais importantes de Moçambique. As suas obras são publicadas em mais de 22 países e traduzidas em alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano.

“E O TESTEMUNHO É ESTE: QUE DEUS NOS DEU A VIDA ETERNA; E ESTA VIDA ESTÁ EM SEU FILHO.” I João, 5-11

MAYBUK, UM RELATO PERFEITO

Para quem escreve um livro, a maior alegria é ouvir alguém falando sobre ele.

E melhor ainda quando só falam bem!!!

Foi assim que meu amigo Sérgio Maybuk, integrante da AME (Associação Mourãoense de Escritores) e grande prestigiador de todos nós escritores, comprou, leu e comentou em seu blog (Blog do Maybuk) sobre meu mais recente livro: Acalanto.

Foi tão generoso e seu escrito tão gostoso de ler, que coloco aqui para a leitura de todos vocês.

“O Blog do Maybuk, sempre que possível publica impressões de seu editor o professor Sérgio Luiz Maybuk referente alguma obra lida, de autores aqui da região de Campo Mourão-PR.

Na presente publicação impressões sobre a obra “Acalanto” – Crônicas, Haicais e Poemas da escritora e poetisa Silvia Fernandes.

Capa Tiago Silva. Revisão – Fabiane Prohmann. Edição – Jair Elias dos Santos Junior (Nova História Assessoria e Gestão Cultural). Projeto Gráfico André Luiz Alves (Moai Comunicação).

O Blog do Maybuk já fez várias publicações relacionadas com os escritos da Silvia Fernandes, mineira de nascimento (apaixonada pelo Estado e um dos poemas comprova isso) e paranaense e mourãoense  por escolha (também apaixonada pela cidade e poemas e crônicas comprovam isso).Ela encanta com seus textos, parte deles premiados ver seu no blog e encanta também com suas declamações de poesias (ver seu canal noYoutube) .

Importante destacar que ela faz parte da Academia Mourãoense de Letras – AML e Associação Mourãoense dos Escritores – Ame.

Com referência ao presente livro que servirá de presente de natal , de arrancada o/a leitor/a vai se encantar com o prefácio, um belo texto escrito pelo professor Fábio Sexugi, mas há uma discordância ali. Ele recomenda que se leia com calma e sem pressa, mas os escritos são tão bons que não é possível aceitar a recomendação, é possível devorá-los e depois pede-se perdão pela gula rsrs e aí sim, na segunda leitura segue-se o prefaciador. 

Com referência especialmente às crônicas e poesias, há duas características interessantes. A primeira é a de que são produções escritas em vários anos inclusive os dois últimos e essas duas formas de produção não têm data de validade.

A segunda é uma característica da autora. Ninguém acredita e pede o RG para conferir, mas ela já completou 70 (é uma setentona moderníssima e deve chegar aos 120). Tal detalhe é importante porque ela retrata situações que a juventude atual não conhece e ao mesmo tempo ela se atualiza junto com os netos e pode alcançar todos os públicos.         

São vinte e duas crônicas, uma mais deliciosa que a outra. Não serão comentadas todas, mas o/ leitor/a:

Poderá lembrar da avó se ela foi uma contadora de história. E se tem crianças,  e já as viu  brincando vai se deliciar e a netinha da autora já fala em débito e crédito.

Vai entender a importância da bela mistura que é tomar café e manusear um livro. E se é mais jovem vai estranhar de se falar em conversar no escuro mas se é mais velho vai ter gostosa recordação.

Que já sonhou ter um encontro com um/a cantor/a vai se identificar com a autora. Ou que já foi a evento que odiou ou que já teve uma prosa consigo mesmo/a vai rir ou refletir com a autora. 

Quem teve a experiência de colorir um livro ou teve o prazer de assistir filme de heróis com filho ou neto vai gostar.

É mulher que trabalha, que cuida da beleza ou percebe a necessidade de cuidar para elevar a auto estima ou que cuida de neto ou tira um momento específico para namorar ou consegue “atuar” em todas as personagens citadas, vai se identificar. Ou ainda vai lembrar de ter perdido o encanto por um homem, por causa de um hábito feio e dizer “aconteceu comigo”. E mais, inventou um pretexto para paquerar um homem desconhecido, também está valendo rsrs. 

Que já teve uma experiência linda e inesquecível quando criança, que já teve insônia, que já passou raiva por causa de mudança de casa, que já reencontrou um/a amigo que não via há muitos anos, também vai se encontrar no livro. 

Sobre os haicais são 39 e não há o que comentar, somente parabenizar. É mais fácil escrever crônicas.

Com referência aos poemas são 20 e também para vários gostos e parte deles premiados. 

Sobre Campo Mourão (duas),  Minas Gerais,  África, Amor, Entardecer, Casal apaixonado, Netos (cinco), Saudades, Calvário de Jesus, Natureza, Bailarina, Roupas penduradas (quem ler não olhará um varal com roupas como antes), uma com o título do livro e outra belíssima que trata da pandemia e fala do carnaval adiado e cita uma pequena parte, da talvez marchinha mais linda já composta em 1967, qual é?

Segredo. Compre o livro  e ao ler o verso lindo vai se sentir rodopiando num salão ou numa rua dos antigos e saudáveis blocos de carnaval. “

Gente, é isso aí!

Querem melhor resenha do que esta?

Obrigada, Sergio Maybuk!

Imagem do Carnaval: Acedata Contabilidade

“SE O SENHOR NÃO EDIFICAR A CASA, EM VÃO TRABALHAM OS QUE EDIFICAM; SE O SENHOR NÃO GUARDAR A CIDADE, EM VÃO VIGIA A SENTINELA.” Salmos, 127- 1

ACALANTO ( MEU CAÇULA)!

Sempre chamo de filho os meus livros e falei sobre isso ao meu editor.

Então, numa tarde da semana passada, recebo uma ligação dele dizendo:

-Sílvia, tem uma criança aqui do meu lado chorando querendo a mãe!

Levei um milésimo de segundo até entender e soltar um grito: UAU!!!

Pois é.

O JAIR ELIAS DOS SANTOS JÚNIOR, da NOVA HISTÓRIA ASSESSORIA E GESTÃO CULTURAL, chegou trazendo nos braços, a minha criação!

Mas vamos começar do começo!

2020, um ano em que o mundo parou!

E fui desafiada a me submeter a novos hábitos de vida.

E em meio a tudo isso, eis que me encontro enclausurada, debruçando sobre textos guardados, a espera de saírem de suas gavetas.

Foi então que decidi reunir em um volume só, as Crônicas, Haicais e Poesias deixando pronto para depois que a pandemia passar (e ela vai passar), mostrar que em meio a reclusão, podemos sim continuar a sonhar.

E esse “ACALANTO” é mais uma realização de um sonho!

(Isso acima está escrito na orelha do livro)

Pensei muito em quem iria escrever o prefácio desse livro, mas quando pensei nele, foi como se sempre fosse dele essa tarefa: FÁBIO SEXUGI, presidente da ACADEMIA MOURÃOENSE DE LETRAS, biênio 2019 e 2020.

E ele escreveu tão lindamente que me emocionei ao ler!

A dedicatória também não foi difícil: “Para minhas filhas VIVIANE e FABIANE, com amor”.

É claro que já tenho outro preparado e que vai ser dedicado a meu filho PAULO EMÍLIO.

Essa capa linda foi obra do TIAGO SILVA ( o mesmo que desenhou a capa do nosso livro da Academia).

A revisão deixei a cargo da minha filha FABIANE PROHMANN, sendo que esse é o segundo livro que ela faz esse trabalho.

Agora, por que ACALANTO?

Porque esse nome remete a um momento único de carinho, prazer, de sentimento bom.

Me faz lembrar de uma cadeira de balanço, que é onde quero ficar contando histórias, declamando poesias, recitando haicais.

ACALANTO é um desejo profundo de estar em paz, conversando com você, meu amigo leitor.

Que possamos traduzir nesse embalo da palavra a sonoridade da minha alma para a sua.

(Isso está na contra capa do livro)

Já dei uma dica sobre ele em SPOILER- PALAVRA DA MODA em outro post.

No lançamento do livro O NASQUIMI DOURADO E OUTRAS HISTÓRIAS, pude fazer uma verdadeira festa com muitos convidados, coquetel, fotos, etc.

Veja lá em: Ele chegou!!!A festa para ele!!! como foi tudo lindo!

Esse ano, devido a pandemia, os lançamentos de livros estão sendo através de lives pelo Facebook, na página da Academia Mourãoense de Letras.

E é lá que farei assim que minhas filhas que moram fora do Brasil, chegarem.

Então é isso!

Aguardem para ler!!!

“POR TI TENHO SIDO SUSTENTADO DESDE O VENTRE; TU ÉS AQUELE QUE ME TIRASTE DO VENTRE DE MINHA MÃE; O MEU LOUVOR SERÁ PARA TI CONSTANTEMENTE.” Salmos, 71- 6

APAGÃO!

Eram 15:30 do dia 19 último, quando eu falava com minha filha e a internet começou a rodar, falhar e deu aquele aviso de “sem sinal”!

Pensei que era por causa da bateria do celular que estava quase acabando, tratei logo de conectar e nada de sinal.

Mudei de tomada até que vi que o problema era outro: falta de energia!

-Ah, tá! Já já volta! Falei para mim mesma.

Que nada,,,

Fui até a vizinha conversar e ela e toda a rua estavam sem luz.

-Mas deve voltar logo! Continuei otimista!

Fui para minha rede aproveitando que estava fresquinho e gostoso.

Aí começou a ansiedade:

-Quero ver meu whatsapp! Quero checar meus e-mails!

Nada ainda…

-Bom, pensei, tenho certeza que até às 18:20, hora da minha novela preferida, a luz vai voltar.

Voltei olhar para o céu, as nuvens se movimentando, o vai e vem dos passarinhos, o beija flor costumeiro, e os minutos passando e nada da luz voltar.

-Bom, já são 19:00 horas e estou com um pouquinho de fome.

Aproveito para deixar preparada duas velas e uma caixa de fósforos sobre a mesa, pego uma taça de vinho, queijos, amendoins e volto para a rede.

E por ali fico, bebericando, comendo, enquanto ouço as conversas dos vizinhos que chegam e não conseguem abrir os portões elétricos.

Lembrei de uma crônica que escrevi sobre falta de luz, em “Conversas no Escuro“, e eu ali, só tomando meu vinhote e descansando (porque trabalhei bastante nesse dia, fazendo as “Comidinhas da Vovó”).

A noite cai.

O céu está estrelado e a lua maravilhosa, apareceu.

As lagartixas começam a correr pelo muro.

A rua está escura, entro, fecho a porta, e acendo minhas velas.

-Não é possível, penso, não pode demorar tanto assim, alguma coisa grande aconteceu e o pior é que tenho um freezer cheio de comidinhas congeladas.

Me recosto na cadeira da mamãe, fecho os olhos, abro os olhos.

Fecho a janela porque fiquei com medo dos bichos voadores.

Abro a janela porque fiquei com calor.

Apago uma vela e deixo só uma para o caso de demorar muito para voltar a energia e eu ficar no escuro…só tenho essas.

Fecho os olhos novamente quando, de repente, a luz volta ofuscando meus olhos acostumados ao escuro.

Eram 20:45.

Foi uma tarde/noite diferente…até arrumei assunto para uma nova crônica!

“E DISSE DEUS: HAJA LUZ. E HOUVE LUZ”. GÊNESIS, 1- 3

 

 

 

 

 

 

 

100.000 VISUALIZAÇÕES!!!

Caramba!!!

Quando penso que esse número é maior que toda a população da cidade onde moro (Campo Mourão tem 94.153 habitantes conforme o IBGE de 2017), fico, no mínimo, espantada!

E feliz!!!

Comecei a escrever ainda tão inexperiente, isso em maio de 2013, quando contei o porquê do nome do blog e um pouco sobre mim.

Pensava nas pessoas e na responsabilidade que eu tinha em apresentar alguma coisa boa, diferente, gostosa de ler.

E hoje vejo com surpresa a lista de países que visualizam esse meu blog: BRASIL, ESTADOS UNIDOS, PORTUGAL, FRANÇA, HOLANDA, ÁFRICA DO SUL, ANGOLA, IRLANDA, CANADÁ, REINO UNIDO, ALEMANHA, SUÍÇA, ISRAEL, MOÇAMBIQUE, UNIÃO EUROPÉIA, ITÁLIA, SUÉCIA, JAPÃO, LUXEMBURGO, ESPANHA, ARGENTINA, BOLÍVIA, PARAGUAI, TAIWAN, POLÔNIA, MOLDÁVIA, CHILE, VENEZUELA, COLÔMBIA, UCRÂNIA, CABO VERDE, TAILÂNDIA, RÚSSIA, BÉLGICA, ÍNDIA, MÉXICO, BULGÁRIA, SURINAME, SÉRVIA, MACAU (CHINA), portanto 40 países!

Fico pensando quem, lá na Moldávia ou Suriname ou Macau, abriu esse blog e compartilhou um momento comigo…

Puxa, 100.000!!!

E nesse tempo contei tantas histórias, contei sobre viagens e cidades onde morei (11 ao todo), postei crônicas, poesias, vídeos, ensinei tricô e crochê, indiquei livros e filmes, e receitas (202), ao todo 397 posts.

É…conversamos muito nesses quase cinco anos!

E aí mudei de cidade, deixei meu cabelo branco, natural, fui premiada com contos e poesias, escrevi mais um livro (a ser lançado logo, logo), conheci pessoas, fiz novas amizades, ganhei mais netos, cuidei de plantas, e tantas coisas mais.

E quero continuar escrevendo, sempre, cada dia mais, que é o que ofereço a você que é um dos 100.000 que hoje forma comigo essa rede de amigos que me faz tão feliz!

(Foto tirada em dezembro de  2017 em Balneário Camboriú, sintam-se todos dentro desse abraço)

 

“Mas eu, com um cântico de gratidão,
oferecerei sacrifício a ti.
O que eu prometi
cumprirei totalmente.
A salvação vem do Senhor”.

Jonas, 2- 9

VOCAÇÃO

Talento, aptidão.

Muitas vezes é difícil reconhecermos, quando jovens, para quê temos talento.

Tem pessoas que parecem nascer sabendo aquilo que desejam ser no futuro.

_Vou ser arquiteta! Disse minha filha mais velha com apena cinco anos de idade, enquanto desenhava em seu caderno.

desenhista

E é!

Feliz da vida!

Outros vão descobrindo aos poucos, gastando tempo e dinheiro ao abandonar cursos ou mudando para outros completamente diferentes.

Tem aqueles que fazem testes vocacionais de tão indecisos que estão e, tem aqueles que acham não ter vocação para nada.

Do alto da minha experiência, penso que todos nós podemos descobrir, inventar e desenvolver nossas aptidões.

vocação

Um belo dia me formei professora e enquanto dava aulas, vi que poderia pintar estatuetas em gesso (muito em moda naquela época), aprender piano, violão, representar e cantar.

Fui vendedora de jóias e gerente de lojas.

Aprendi em cada uma gostar do que aprendia e fazia.

Assim eu falava de produtos dietéticos e insulinas com a mesma autoridade com que falava sobre artesanato brasileiro.

Fui recepcionista, locutora e coordenadora de cursos.

Dei palestra sobre Ética Profissional e fui modelo sênior por um período de tempo.

Sempre me saí bem.

E o que dizer do meu talento para mãe? Isso somente meus filhos podem atestar, mas pelos resultados…

Ultimamente passo meus dias na cozinha fazendo congelados.

Agora, o que sempre esteve presente, entre idas e vindas, foi minha vocação para escrever!

livros sesc 005

As poesias apareciam, muitas vezes, prontas em minha mente.

Depois me encantei com os Haicais e escrevia sem parar.

Quando comecei a escrever crônicas, foi tanta descoberta, a de não me sentir presa a rimas, sonoridade, cadência e contagem de sílabas, estava livre para escrever o que sentia e os sentimentos eram colocados amontoados em folhas de papel.

Quando pensava que não existia mais o que inventar, vieram os netos e com eles, as histórias infantis!

livros sesc 002

livros sesc 003

livros sesc 004

Meu Deus!

Pegava meu caderno, caneta na mão e elas vinham tomando forma e cores, vida, nos meus movimentos de escrever.

E, de repente, lá estavam elas, bem ali, de frente aos meus olhos, prontas!

Aí fazer um curso de contação de histórias, foi um pulo: é uma alegria imensa compartilhar com meus netos a magia do faz de conta.

Jardim Encantado22

E ainda tenho esse blog que é a mistura do que mais gosto: cultura e culinária!

Resumindo, dentro de todas as coisas, tudo que fiz e fui, a literatura sempre esteve permeando, infiltrando, sabendo que um dia seria ela, por inteiro, quem faria parte de toda a minha existência.

Vocação!

É isso!

Imagens: plurim.wordpress.com; milc.net.br

“NÃO SABEIS VÓS QUE OS QUE CORREM NO ESTÁDIO, TODOS, NA VERDADE, CORREM, MAS UM SÓ LEVA O PRÊMIO? CORREI DE TAL MANEIRA QUE O ALCANCEIS.” I Coríntios 9- 24