O que nos faz fazer uma menininha de quase três anos, linda e com uma disposição de dar inveja!
Claro, também já fui assim, sua mãe e tia também foram e, minha mãe, com certeza absoluta um dia também foi assim.
Mas agora eu sou avó!
E essa menininha consegue me transformar em bailarina, comer de mentirinha, dar banhos de faz de conta em suas bonecas, além de tricotar mantas coloridas para cada uma delas.
Mas é dançando que nos divertimos mais.
Na primeira vez, comecei a cantar a melodia do Danúbio Azul (Strauss que me perdoe) enquanto ela ensaiava seus passos de balé.
Aí não teve mais jeito: só queria dançar se eu cantasse essa música e mais, eu tinha que dançar junto com ela!
Coitada dessa avó… cantando e dançando ao mesmo tempo…
Foi quando ela resolveu que queria uma plateia para nos ver e aplaudir.
Resultado: a mãe com seu bebezinho de um mês no colo e a titia sentaram-se, rindo muito, munidas de suas câmeras para filmar o acontecimento.
Colocamos coroas na cabeça (imagina só), fomos atrás das cortinas da sala e eu com a voz empostada falei: “atenção, senhoras e senhores”, (afinal tínhamos um menino na plateia), “vamos apresentar o balé Danúbio Azul com Isa e sua avó”!
Palmas.
Abre a cortina.
Começo a cantar e dar os primeiros passos tendo o cuidado de ficar mais atrás.
E ela, como se fosse a própria primeira bailarina dançando no Municipal, rodopiava compenetrada e feliz, erguendo ora uma perna, ora os braços e pulando de um lado a outro.
Minha voz já não acompanhava meus movimentos e então tratei logo de chegar ao “gran finalle”.
Fizemos uma mesura a espera dos aplausos.
Ela então me abraçou e aquele momento mágico me fez sorrir de alegria e encantamento.
Pequenos gestos, pequenas coisas, mas que fazem um coração de vó quase arrebentar!
Agora sim, compreendo o que minha mãe também fazia com tanto prazer.
Era a inimaginável felicidade de ser avó!
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