Como sempre conto sobre meus pais, onde minha mãe era a contadora de histórias, mas meu pai só sabia contar duas: a do Jacaré e a do Menino e a Rolinha.

E foi lembrando dessa história que vi uma rolinha fazendo ninho na floreira da janela do meu quarto.

Ela ia e vinha trazendo pequenos gravetos no bico e ia ajeitando todos no ninho. Numa dessas saídas dela, fotografei seu ninho, isso no dia 27 de maio.

Nesse mesmo dia, através da janela que permaneceu fechada, consegui a primeira pose dela, toda feliz.

A partir daí, passei a ter todo cuidado ao abrir e fechar as cortinas e janela e ler tudo o que não sabia sobre a vidinha delas.

Ela é parente da família dos pombos, mas são menores; geralmente botam dois ovos durante 13 a 14 dias e podem ter várias ninhadas ao ano.

Durante todos esses dias estava um sol maravilhoso e até um calorzinho, mas aí o tempo mudou e veio uma chuva forte e fiquei com tanta pena dela…não arredou o pé (ou melhor, as asas) dali!

Pois é… assim fiquei olhando dia após dia o desenrolar da história: uma mãezinha que não saía do ninho apenas quando seu companheiro vinha visitá-la.

Após 10 dias, notei que ela se agitava mais, virando de um lado a outro e senti que seus filhotinhos estavam para nascer.

E no dia 12 de junho (dia dos namorados) consegui vê-la alimentando um deles.

E fiquei triste por ver que somente um filhotinho nasceu…

Em um outro dia, a rolinha mãe saiu do ninho e eu pude fotografar mais de perto o filhotinho.

Na foto acima, ele já estava maiorzinho, mas dependia totalmente da mãe que ia e voltava para alimentá-lo.

Aí então ela começou a sair várias vezes ao dia e demorava mais para voltar.

No dia 23 de junho, numa das saídas longas dela, fui até o ninho e retirei o ovo que não tinha vingado. Nisso o pequeno assustou-se e pulou para o chão.

Não conseguia pegá-la e ela não conseguia voar.

Nessa hora fiquei feliz por não ter gatos em casa…

Quando a rolinha mãe voltou, viu seu filhote no chão, tentou fazê-lo voar, mas não conseguiu; então fui até o ninho vazio e coloquei no chão onde ele se ajeitou.

E assim ela ficou, as vezes no ninho, as vezes no chão andando e até encontrei-a em cima do balde de roupas sujas.

Até que começou a voar, mas somente por perto.

E quando fez um mês do dia em que comecei a observar (27), ela voou.

Foi, para mim, uma experiência em que me fez pensar em tanta coisa: na beleza da criação, no cuidado de uma mãe, na vida, nas maravilhas que nos cercam…

Por fim, o ninho ficou vazio…

Se quiserem ver, tem um lindo post sobre “Meu Ninho Vazio“.

“OLHAI PARA AS AVES DO CÉU, QUE NÃO SEMEIAM, NEM SEGAM, NEM AJUNTAM EM CELEIROS; E VOSSO PAI CELESTIAL AS ALIMENTA. NÃO TENDES VÓS MUITO MAIS VALOR DO QUE ELAS?” Mateus, 6- 26

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