
Era uma vez uma Sabiá que vivia em uma gaiola dourada.
Ela não gostava dali, mas como tinha um bom coração às vezes cantava muito e todos pensavam que ela era feliz.
Ela tinha um sonho: sair dali e ser livre, poder voar e conhecer o mundo!
Os dias se passavam e ela se debatendo contra a grade da gaiola, ou, cantando uma melodia triste.
O sonho continuava; quem sabe um dia ela poderia sair daquela prisão?
Um belo dia ela acordou e viu a porta da gaiola aberta.
Arregalou os olhos e foi aos poucos experimentando pé ante pé para saber se realmente estava acordada.
Assim, chegou à porta que escancarava como mágica e ela alçou voo.
No começo nem podia acreditar no que estava acontecendo: ela estava realmente livre!
E a Sabiá voou até cansar…
Passou por cidades, montanhas, rios e mares, olhando tudo enquanto de seus olhos pingavam lágrimas de alegria.
E descobriu mundos, viveu todas as suas fantasias!
E, claro, nessa orgia de libertação, também saiu machucada.
Suas escolhas faziam diferença em seu dia a dia e por mais que quisesse acertar, errava feio; nessas horas sentia como que uma brisa suave que a envolvia e protegia das maldades do mundo.
Mas ainda assim, prezava sua liberdade acima de tudo e aos poucos foi aprendendo a dosá-la.
O tempo foi passando e, como acontece com muitos, ela acabou superando sua ansiedade e foi se tornando melhor, mais ponderada, coisas que só acontecem com quem viveu e teve experiências.
Até que um dia ao voar perto de um grupo de jovens sabiás, ouviu o que diziam:
– Quando crescer quero ser igual a ela! Disse uma delas.
– Como ela é inteligente! Disse outra.
E assim, nossa Sabiá voou sorrindo, sabendo que com o tempo ela tinha trocado o acento de seu nome.
Agora ela era Sábia!
“OLHAI PARA AS AVES DO CÉU, QUE NÃO SEMEIAM, NEM SEGAM, NEM AJUNTAM EM CELEIROS; E VOSSO PAI CELESTIAL AS ALIMENTA. NÃO TENDES VÓS MUITO MAIS VALOR DO QUE ELAS?” Mateus, 6- 26.