Mais um texto lindo da minha filha Fabiane que nos leva passear por outros lugares desse mundão afora…
“Tenho em mim todos os sonhos do mundo”.
Com essa frase de Fernando Pessoa, que reflete muito o que eu sou, fui descobrindo um pouco mais desse poeta português, por quem minha mãe tem uma admiração gigante.
( Lisboa vista do Miradouro Senhora do Monte – cidade onde nasceu e
morreu Fernando Pessoa).
Morando em Lisboa, percebi o quanto sua obra é importante e reverenciada pelos portugueses.
Pessoa é considerado, ao lado de Luís de Camões, o maior poeta da língua portuguesa, e um dos maiores da literatura universal.
Diversos pontos da cidade relembram o poeta, locais por onde ele passou e que hoje prestam homenagem a esse lisboeta nascido em junho de 1888.
No Brasil Fernando Pessoa também é muito cultuado, mas confesso que pouco sabia da história da sua vida.
E descobri que temos ‘algo’ em comum: ele morou em Durban, na África do Sul, por cinco anos (eu moro em Cape Town, também na África do Sul, há dois anos e meio).
Ainda, ele adorava o café brasileiro. Por conta disso, frequentava no Largo do Chiado, em Lisboa, A Brasileira, um café inaugurado em 1905 e que vendia o genuíno café brasuca.
(Café brasileiro no A Brasileira, local frequentado por Pessoa e ponto
turístico no Largo do Chiado).
O café existe até hoje, e claro que estive lá.
O lugar preserva as características e móveis da época, com muito dourado, espelhos e grandes lustres.
Em frente ao estabelecimento há uma estátua em sua homenagem. Feita em bronze pelo escultor Lagoa Henriques, foi inaugurada em 1980, e representa Pessoa sentado à mesa na esplanada do café.
( Eu, batendo um papo com Fernando Pessoa!)
Também no Chiado fica a Livraria Bertrand, reconhecida pelo Guinness World, em 2011, como a livraria mais antiga do mundo em funcionamento.
Dividida em sete salas, cada uma tem um nome de um escritor famoso.
A Fernando Pessoa coube a sala sete, a última da livraria, onde fica o Café Bertrand. Na parede, um grande mural de Tamara Alves em homenagem ao poeta.
(Fernando Pessoa dá nome à sala sete, na mais antiga livraria em
funcionamento do mundo).
Um pouco acima do Chiado, no Largo do Carmo, um prédio pode até passar despercebido, já que em frente fica o Convento do Carmo.
O lugar é um antigo convento da Ordem dos Carmelitas da Antiga Observância. A construção, que foi a principal igreja gótica de Lisboa, ficou em ruínas no terremoto de 1755, e não foi reconstruído.
Atualmente as ruínas abrigam o Museu Arqueológico do Carmo, e visitar o local é voltar ao passado.
Fiquei encantada em ver o que restou do terremoto, e imaginar como era tudo antes.
Uma visita que vale muito a pena.
(Fachada do Convento do Carmo, vista que Pessoa tinha da sua
sacada).
Mas, voltando ao prédio que poderia passar despercebido…
Duas coisas chamam a atenção.
Na sacada do primeiro andar, uma figura feita em arame, usando uma
gravata borboleta e um chapéu, já intriga os observadores. Ao chegar à porta do prédio, a revelação.
Ali morou Fernando Pessoa, em 1911.
Atualmente o apartamento está vazio.
( Ainda hoje o poeta observa o movimento do Largo do Carmo).
( A placa indica onde Pessoa morou, em 1911).
Já no Campo de Ourique fica a Casa Fernando Pessoa, um espaço cultural inaugurado em novembro de 1933.
A ‘casa de poesia’, como é chamada, foi onde Pessoa morou nos últimos quinze anos de sua vida, de 1920 a 1935.
Fernando Pessoa faleceu em 30 de novembro de 1935, aos 47 anos, em
consequência de uma crise hepática.
Sua última frase foi escrita na cama do hospital, em inglês, com a data de 29 de novembro: “I know not what tomorrow will bring” (Eu não sei o que o amanhã trará).
( Fachada da Casa Fernando Pessoa, um lugar de pura poesia).
“ASSIM RESPLANDEÇA A VOSSA LUZ DIANTE DOS HOMENS, PARA QUE VEJAM AS VOSSAS BOAS OBRAS E GLORIFIQUEM O VOSSO PAI, QUE ESTÁ NOS CÉUS.” Mateus, 5- 16

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