(Female hair study)
CABELOS
(Confidências ao Meio Dia)
Tenho notado que, em quase todas as conversas entre amigas, sempre sai uma assunto: cabelo!
Como nós, mulheres, nos preocupamos com ele!
Quem tem muito, acha que fica armado.
Quem tem crespo, faz de tudo para torná-lo liso.
Quem tem liso, procura um jeito de encrespá-lo.
Curto, sonha com madeixas longas.
Aquela que os tem compridos, acaba cortando bem curtinho porque não quer ter trabalho.
E assim é.
Desde os tempos de menina, sofro com os meus cabelos.
Como eram crespos, grossos e muito, não sabendo as manhas dele, passava a escova o que deixava ainda mais volumoso e armado.
Minha mãe dizia:
– Está na hora de cortar esse “balaio”!
E eu chorava muito…
Ah, como eu sonhava com os cabelos lisos da minha irmã, esvoaçando ao vento, ver a sombra refletida no chão com eles em movimento!
Quando mocinha aprendi a fazer “touca” que era um processo difícil mas muito usado na época e que consistia em enrolá-lo ainda úmido, no alto da cabeça e contorná-la puxando bem, segurando com grampos.
Depois amarrava um lenço para ficar bem apertado e dormia assim.
No dia seguinte, soltava a cabeleira e ficava aquele liso armado mas que, para mim, já era lindo.
Depois vieram as escovas.
Que maravilha!
Só que ficava caro ir toda semana ao salão e o jeito, então, era intercalar: uma semana sem, outra não.
E então chegaram as chapinhas.
Lisos completos!
E, para encerrar, escovas progressivas e definitivas.
Lisos eternos!
Que mágica maravilhosa!
E os salões lotados, as indústrias de produtos, faturando!
Isso sem falar nas tinturas…tempo de ser ruiva, loira, morena, com mechas, luzes, ah, quanta modernidade à nossa disposição!
Tenho amigas que em uma semana vão do claro ao escuro conforme a disposição do momento.
E os xampus e cremes que existem?
Loucura total!
Para queda, caspa, tingidos, secos, oleosos, fio duplo, pontas e assim vai.
Conheci um cabeleireiro que dizia:
– Pior que um cabelo mal lavado é cabelo mal enxaguado!
Então…água neles!
E os homens, como também se preocupam com eles; isso quando ainda os tem porque a maioria já perde muito cedo, mas os privilegiados cuidam tanto ou mais que nós, mulheres.
Meu filho, quando criança, tinha os cabelos encaracolados e eu achava a coisa mais linda!
– Meu carneirinho de São João! Eu dizia melosa.
E ele, quando adulto, optou por passar aquela maldita máquina quase zero nele.
E, para encerrar, tem aquela história do rapaz de cabelos compridos que…mas essa é uma história “cabeluda” e não devo contá-la aqui.
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