Como contei no post passado, o dia do lançamento do novo livro da AME (Associação Mourãoense de Escritores) foi muito festivo e acima temos o brinde que fizemos.
E aí vai mais uma crônica minha.
AMIGO
Um cachorro, raça indefinida, grande, malhado; morador de uma casa a duas quadras da minha. Todos sabem do medo que tenho deles, desde que fui mordida por duas vezes quando criança. Foi quando vim morar aqui, em 2016, que o conheci.
Talvez já tivesse uns dois ou três anos. Super andarilho e nunca sequer me olhou. Como caminho muito pelo bairro a pé, constantemente o encontrava perambulando e, como não sabia o seu nome, batizei-o de Amigo. Se ia até o ponto de ônibus, se andasse até o mercado, se fosse onde fosse; sempre dava de cara com ele.
No final da tarde quando eu voltava de algum lugar, via que ele também já havia chegado em sua casa e, latia, para alguém do lado de dentro abrir o portão para ele. Durante esses nove anos acostumei-me a olhar e ver se ele estava lá dentro no quintal, ou se já havia saído para o seu passeio diário.
Ultimamente, não o tenho encontrado mais, e isso me preocupou. Fui até sua casa e lá estava ele, deitado, parecendo tão triste e magrinho. O tempo não perdoa mesmo…
Ainda tenho passado por lá e conferido sua presença: imóvel e sozinho. Sei que logo vou passar por ali e não o verei mais. Ele nunca ficará sabendo que eu existo e que dei a ele um nome tão especial: Amigo!
“NOTA: esses dias passei por lá e vi uma senhora saindo da casa. Perguntei a ela sobre o cachorro que sempre estava ali e ela respondeu: ele morreu!”
Foram lidas algumas crônicas e a mim coube a leitura de Mariângela Pellizzer, Maturidade.
“E BUSCAR-ME-EIS E ME ACHAREIS QUANDO ME BUSCARDES DE TODO O VOSSO CORAÇÃO. E SEREI ACHADO DE VÓS, DIZ O SENHOR.” JEREMIAS, 29- 13 e 14.

