PORTUGAL- 3- PORTO

Porto é uma cidade costeira no noroeste de Portugal conhecida pelas pontes imponentes e pela produção de vinho do Porto. No distrito medieval de Ribeira, às margens do rio, ruas estreitas de paralelepípedos passam pelas casas e pelos restaurantes dos comerciantes”. (Wikipédia) E lá chegamos depois de uma viagem de trem que levou três horas e meia.

(Lisboa-Porto)

Ficamos em um hotel bem em frente ao Mercado do Bolhão onde encontramos tudo: desde restaurantes, confeitarias, flores, frutas e tudo muito limpo e super organizado.

(Descendo as escadas do hotel)

Bem, eu nem me aguentava de curiosidade para conhecer a Livraria Lello; Fabi já comprara o ingresso com antecedência, mas mesmo assim, filas se formavam para conhecê-la.

Aqui já indo para a fila que tinha placas informando os horários dos ingressos.

Sim, é com razão que ela é chamada de “A mais linda livraria do Mundo”!

Foram muitas as fotos: mostrar os vitrais, a escadaria, as estantes…

A foto acima é dedicada ao escritor Saramago ( ele vai ter um post exclusivo mais adiante).

(Fabi e eu)

Esse dia foi bem estranho: chovia, abria sol, esquentava, esfriava muito e foi ali que comprei um gorro para me aquecer e proteger da garoa. Nada que tirasse nosso bom humor e a vontade de conhecer tudo!

(Pelas ruas da cidade)

(Acima céu azul e abaixo com chuva)

(Sé Catedral do Porto)

Essa é a chamada Torre dos Clérigos que no ano de 1753, a pedido da Irmandade dos Clérigos, Nicolau Nasoni apresentou o projeto para uma torre sineira para o conjunto dos Clérigos, que haveria de substituir as duas torres inicialmente previstas para as fachadas laterais da igreja. No ano seguinte iniciavam-se as obras daquela que viria a ser “a mais bela e altaneira Torre, dominando toda a paisagem urbana do Porto”. (Wikipédia)

(E aqui já estava bem frio…)

Essa é a ponte Dom Luís I que é a principal ligação entre o Porto e a cidade vizinha de Vila Nova de Gaia. Feita em metal, a ponte mede cerca de 395 metros de comprimento e 8 de largura e divide-se em dois tabuleiros que ligam ambas as partes alta e baixa da cidade.

E abaixo um bom vinho esperando o salmão com batatas ao murro ( vocês verão brevemente em Comidas) e brindando nossa parceria que deu tão certo!

“DIREI DO SENHOR: ELE É O MEU DEUS, O MEU REFÚGIO, A MINHA FORTALEZA, E NELE CONFIAREI.” Salmos, 91-2

A ROLINHA MÃE

Como sempre conto sobre meus pais, onde minha mãe era a contadora de histórias, mas meu pai só sabia contar duas: a do Jacaré e a do Menino e a Rolinha.

E foi lembrando dessa história que vi uma rolinha fazendo ninho na floreira da janela do meu quarto.

Ela ia e vinha trazendo pequenos gravetos no bico e ia ajeitando todos no ninho. Numa dessas saídas dela, fotografei seu ninho, isso no dia 27 de maio.

Nesse mesmo dia, através da janela que permaneceu fechada, consegui a primeira pose dela, toda feliz.

A partir daí, passei a ter todo cuidado ao abrir e fechar as cortinas e janela e ler tudo o que não sabia sobre a vidinha delas.

Ela é parente da família dos pombos, mas são menores; geralmente botam dois ovos durante 13 a 14 dias e podem ter várias ninhadas ao ano.

Durante todos esses dias estava um sol maravilhoso e até um calorzinho, mas aí o tempo mudou e veio uma chuva forte e fiquei com tanta pena dela…não arredou o pé (ou melhor, as asas) dali!

Pois é… assim fiquei olhando dia após dia o desenrolar da história: uma mãezinha que não saía do ninho apenas quando seu companheiro vinha visitá-la.

Após 10 dias, notei que ela se agitava mais, virando de um lado a outro e senti que seus filhotinhos estavam para nascer.

E no dia 12 de junho (dia dos namorados) consegui vê-la alimentando um deles.

E fiquei triste por ver que somente um filhotinho nasceu…

Em um outro dia, a rolinha mãe saiu do ninho e eu pude fotografar mais de perto o filhotinho.

Na foto acima, ele já estava maiorzinho, mas dependia totalmente da mãe que ia e voltava para alimentá-lo.

Aí então ela começou a sair várias vezes ao dia e demorava mais para voltar.

No dia 23 de junho, numa das saídas longas dela, fui até o ninho e retirei o ovo que não tinha vingado. Nisso o pequeno assustou-se e pulou para o chão.

Não conseguia pegá-la e ela não conseguia voar.

Nessa hora fiquei feliz por não ter gatos em casa…

Quando a rolinha mãe voltou, viu seu filhote no chão, tentou fazê-lo voar, mas não conseguiu; então fui até o ninho vazio e coloquei no chão onde ele se ajeitou.

E assim ela ficou, as vezes no ninho, as vezes no chão andando e até encontrei-a em cima do balde de roupas sujas.

Até que começou a voar, mas somente por perto.

E quando fez um mês do dia em que comecei a observar (27), ela voou.

Foi, para mim, uma experiência em que me fez pensar em tanta coisa: na beleza da criação, no cuidado de uma mãe, na vida, nas maravilhas que nos cercam…

Por fim, o ninho ficou vazio…

Se quiserem ver, tem um lindo post sobre “Meu Ninho Vazio“.

“OLHAI PARA AS AVES DO CÉU, QUE NÃO SEMEIAM, NEM SEGAM, NEM AJUNTAM EM CELEIROS; E VOSSO PAI CELESTIAL AS ALIMENTA. NÃO TENDES VÓS MUITO MAIS VALOR DO QUE ELAS?” Mateus, 6- 26

10 ANOS DO BLOG

E não é que cheguei aos 10 anos?

Para mim cada semana é um novo desafio: escrever uma crônica, uma poesia, uma receita, indicar uma leitura, ensinar tricô, crochê, escrever sobre viagens, sobre livros, etc.

Mas é com o maior prazer que faço e, quando vejo mensagens e leitores de tantos países, meu coração se enche de alegria.

E para comemorar essa data, vou de poesia.

O NASCER DO SOL

UM DIA MEU AMOR LEVOU-ME

A VER O DIA AMANHECER.

A PRAIA ESTAVA DESERTA

E O MURMÚRIO DAS ONDAS

ERA COMO MELODIA

ME FAZENDO AQUECER.

____________________

E NA LINHA DO HORIZONTE

ELE MAJESTOSO APARECEU,

COLORINDO CÉU E MAR

COM UM PINCEL TODO SEU,

MUDANDO E VOLTANDO

SEM DEIXAR DE BRILHAR.

____________________

NOS SENTAMOS NA AREIA BRANCA

MÃOS DADAS, CALADAS,

DIANTE DO FASCÍNIO QUE PROVOCAVA.

ERA COMO SE FOSSEM SOMADAS

A FORÇA, O PODERIO, A GRANDEZA

E A BELEZA QUE EMANAVA.

____________________

E FIQUEI FELIZ EM ESTAR ALI

NAQUELE EXATO MOMENTO.

MEU AMOR LEVOU-ME

A VER O DIA AMANHECER;

E EM MUITOS OUTROS,

PELA VIDA AFORA

VI O SOL, SOZINHA, APARECER.


“EU, O SENHOR, ESQUADRINHO O CORAÇÃO; EU PROVO OS PENSAMENTOS; E ISSO PARA DAR A CADA UM SEGUNDO OS SEUS CAMINHOS E SEGUNDO O FRUTO DAS SUAS AÇÕES.”Jeremias, 17- 10

Imagens: 1) Pinterest; 2) Pajaris

MEUS ENCONTROS EM DEZEMBRO E JANEIRO

Dezembro, compro minha passagem para Curitiba.

Minhas filhas e netos que moram fora do Brasil, já se encontram lá.

Eu, ansiosa, quando menos espero…a Covid me pega!!!

Logo eu que me gabava por não ter tido, cancelo minha viagem!

Dias de espera, em casa, mala arrumada, passando o tempo necessário para poder viajar.

De resto, os dias foram maravilhosos onde pude matar saudade de tantas pessoas e começo pelo Natal, onde após seis anos, TODOS (filhos, netos, genro e nora)estavam presentes!

A foto acima, foi uma recriação de outra, tirada onze anos atrás!

Até que não mudamos muito…

Esta, também no Natal, com meus quatro netos; pela ordem na foto da esquerda para a direita:Isadora, Cesar, Heitor e Daniel.

Gostaria de ter encontrado meus três irmãos, mas devido aos dias tão curtos, foi possível somente com a caçula do time: Raquel. Assim mesmo almoçamos no shopping e conversamos bastante.

Ainda em Curitiba, minha amiga de tantos anos atrás, Sonia, fez um café maravilhosos (como sempre) em sua casa e pude encontrar sua irmã Tania e Marioni outra amiga.

Na foto, da esquerda para a direita: Marioni, Sonia, eu e Tania.

Em Brusque, terminei os dias de 2022 e as fotos abaixo são da casa da Vânia e Jonas, ela irmã da minha nora Patrícia.

Acima com a Maya, uma doçura de animal e abaixo, na piscina da casa terminando o ano em grande estilo!!!

Já em janeiro, pude passar o ano novo em Balneário Camboriu, sempre linda e com muitos amigos da família da Pati, com ela, meu filho e meus netos.

Na foto abaixo estou com a amiga de sempre, Regina e, como sempre, brindando!

Claro que tomei sol, caminhei, pisei na areia e até tomei banho de mar!

Bom, aí voltei para minha casa em Campo Mourão e trouxe comigo a minha filha Fabi que ficou mais alguns dias aqui. Resultado: muitos churrascos, vinho e novos encontros.

Nessa foto, da esquerda para a direita, Fabi, eu, Rose e Maria Teresa, amigas de muitos e muitos anos atrás. Amizade boa é assim: dura para sempre!

E em pleno aniversário dessa minha amiga Giselta, passamos horas agradáveis em casa, tomando café e conversando muito.

Pensam que acabou?

Ainda aproveitei o calor para tomar banho de piscina em casa do Paulo e Pati!

Nessa hora, estou só, mas a diversão é enorme quando estou com os netos jogando bola (ela está lá atrás)…

E teve aniversário!

Do Dani, seis anos!!!

Uma figura! Engraçado, brincalhão, amoroso, mas foi uma dificuldade tirar essa foto porque ele queria ficar só brincando com os amigos e não queria “perder tempo”.

E terminando, uma foto para ser lembrada: nós no jardim da minha casa!

Esse 2023 começou com muitas alegrias, não é mesmo?

Peço a Deus que continue nos abençoando com outras tantas no decorrer desse ano!

“ALEGRE-SE O CORAÇÃO DOS QUE BUSCAM O SENHOR.” I Crônicas, 16-10

CELEBRANDO O SOL

GOSTO DO SOL AO ABRIR A JANELA,

VÊ-LO SURGIR SUA LUZ DERRAMANDO,

ENTRANDO SORRATEIRO EM MEU QUARTO

DANDO BOM DIA E ME PEGO CANTANDO.

——————–

GOSTO DO SOL QUANDO SECA MINHAS ROUPAS

DEIXANDO SEU AROMA AGRADÁVEL.

E DOBRO E GUARDO EM GAVETAS

SENTINDO SEU TOQUE SAUDÁVEL.

——————–

GOSTO DO SOL QUANDO BRILHA NO INVERNO

E VAI DERRETENDO O GELO ACUMULADO,

AQUECENDO MINHAS MÃOS GELADAS,

TECENDO RÉSTIAS NO CHÃO MOLHADO.

——————–

GOSTO DO SOL QUANDO VEM NA PRIMAVERA

DESABROCHANDO AS FLORES QUE ADORMECEM,

ENCHENDO O VAZIO QUE O INVERNO DEIXOU

TRAZENDO PERFUMES QUE NÃO FENECEM.

——————–

GOSTO DO SOL QUANDO CHEGA O VERÃO

E ANDO SEM RUMO PELA AREIA.

QUANDO MINHA PELE SE AVERMELHA

E O CALOR NO CORPO ME INCENDEIA.

——————–

GOSTO DO SOL DE OUTONO CHEGANDO

FAZENDO DAS FOLHAS UM FESTIVAL

UMA A UMA TOCADAS PELO VENTO

NUMA FESTA DE UM CLIMA TROPICAL.

——————–

GOSTO DO SOL QUANDO SE DESPEDE

E VAI SUMINDO LENTAMENTE

E O HORIZONTE EM MIL CORES SE AGIGANTA

ATÉ SUMIR TRANQUILAMENTE.

——————–

E À NOITE EM MEU QUARTO PENSO NELE

COMO UM ENORME “EMOJI”SORRIDENTE,

QUE PROMETE VOLTAR MAJESTOSO

E TRAZER ALEGRIA NOVAMENTE.

Imagens: 1) dreamstime; 2) pinterest

“E NASCE O SOL, E PÕE-SE O SOL, E VOLTA AO SEU LUGAR, DE ONDE NASCEU.” Eclesiastes, 1- 5

POESIA PARA O ANO NOVO EM VÍDEO

Escrevi essa pequena poesia há muito tempo atrás, mas sinto que passei uma mensagem meio pessimista nela… não sei não.

Deixo então, agora, o meu desejo profundo de um novo ano repleto de bons acontecimentos, novos recomeços e uma bênção antiga e especial.

“O SENHOR TE ABENÇOE E TE GUARDE; O SENHOR FAÇA RESPLANDECER O SEU ROSTO SOBRE TI E TENHA MISERICÓRDIA DE TI; O SENHOR SOBRE TI LEVANTE O SEU ROSTO E TE DÊ A PAZ.” Números, 6- 24, 25 e 26

E A PRIMAVERA CHEGOU!

Não, eu não errei não!

É que enquanto aqui no Brasil entramos no Outono, em Portugal onde minha filha Fabiane mora, é Primavera!

E é de lá que ela nos manda esse texto com as fotos lindas que tirou.

(Essa é a varanda do seu apartamento em Lisboa, já festejando com flores a nova estação)

Primeiro dia de primavera no hemisfério norte, confinamento começou a dar uma aliviada – a conta gotas, é bem verdade, mas qualquer passo é um avanço!

Saio pelas ruas de Lisboa, meio sem destino.

Quero ver as flores, sentir o ar da nova estação e acreditar que os bons ventos estão chegando.

(Alfama)

Sinto alegria por ter passado mais de um ano de pandemia sem ficar doente e tendo minha família com saúde.

Ao mesmo tempo sinto uma tristeza por todos os que se foram.

Pelas ruas vazias e lojas fechadas, pelo silêncio, pela dor. 

(Panteão Nacional)

Também sofri perdas por causa do vírus.

Perdi pessoas, perdi de estar com meus amigos, perdi de ver minha família…

Mas, nesse misto de sentimentos, o que prevalece é a gratidão.

Sou muito grata a Deus por me dar forças diariamente, por cuidar dos meus, por encher meu coração de esperança de que dias melhores virão.

(Amendoeira)

(Miradouro de Santa Luzia)

Enquanto isso, aproveito para apreciar a cidade, ver a natureza colorindo as ruas, as flores brotando e a certeza de que Ele está no comando.

Por isso, posso descansar em paz.

(Por do sol no Cais do Sodré)

Bem, aí está o texto entre tantos que ela já escreveu para o blog, desde sua temporada na África do Sul até agora em Portugal.

E sobre esse mesmo assunto você pode ler em “O que podemos aprender com essa pandemia texto de março de 2020.

“APARECEM AS FLORES NA TERRA, O TEMPO DE CANTAR CHEGA, E A VOZ DA ROLA OUVE-SE EM NOSSA TERRA.” Cantares, 2- 12

f

ANDANÇAS

Engraçado como as coisas boas acontecem até sem planejamento…

E isso aconteceu num domingo de setembro.

Acordei num dia lindo de sol e calor, com todo aquele dia pela frente e sem saber o que fazer.

Não demorou muito e o whatsapp apitou.

Minhas duas amigas, Ester e Giselta estavam perguntando o que eu achava de irmos até a Fazendinha passar o dia.

-Que ótimo! Um programa para hoje! Vamos sim! Falei alegre.

A Pousada Fazendinha pertence a um casal amigo, a Iracema e o Denir, que transformaram esse local em um encanto de lugar!

E, depois de nos encontrarmos na Praça, onde todos os domingos acontece a Feira Criativa da cidade, seguimos para lá.

E ali estavam eles: ela percorrendo tudo para se certificar que tudo corria bem e ele em uma mesa à beira da piscina, saboreando um vinho branco.

Pois foi ali que ficamos, entre conversas e lembranças, saindo de vez em quando para tirar algumas fotos do lugar.

E chegou a hora do almoço!

Que comida gostosa!

Eu, como boa mineira, me servi de carne de porco pururuca e da abóbora assada com açúcar mascavo.

Depois, sobremesa!

E se engana quem pensou que aí fomos deitar na rede para um repouso tranquilo.

Que nada… minhas duas amigas que estão acostumadas a fazer trilhas, me chamaram para andar numa delas que cortava a pousada.

E lá fui eu: com meu vestido africano, bolsinha nas mãos e mule!

Isso mesmo! Completamente despreparada para o feito!

Mas fui!

E elas riram muito de mim e eu aproveitava para deixar tudo mais engraçado do que já estava.

Até um lagarto enorme elas viram, mas eu não vi!

Estava agarrada aos arbustos pelo caminho até chegar a ponte pênsil, que foram duas, enquanto elas me zoavam muito.

Quando chegamos ao final da trilha, parei, levantei os braços e gritei:

-consegui!!!

E saiu essa foto!

Querem me convidar para uma próxima trilha (verdadeira) que farão no final do mês.

Não sei não…

Acho que fiquei satisfeita com essa!

“CERTAMENTE QUE A BONDADE E A MISERICÓRDIA ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA; E HABITAREI NA CASA DO SENHOR POR LONGOS DIAS.” Salmos 23- 6

 

 

 

VISÃO DE UMA CRIANÇA DE QUATRO ANOS, SOBRE A CIDADE ONDE MORA.

Escrevi esse texto em setembro de 2013, como se quem contasse fosse a própria Isadora, minha neta de 4 anos (na época).

“Sei que nasci em uma capital chamada Curitiba, que quer dizer “muitos pinheiros”e é considerada uma cidade de primeiro mundo.

Não sei bem o que isso quer dizer, mas sei que é muito bela, limpa e arborizada.

Ouvi na TV que seus moradores separam o lixo e desde muito pequena aprendi que não se joga papel nas ruas.

Meu pai é engenheiro civil e minha mãe é arquiteta e resolveram se mudar para Luanda, capital de Angola, na África.

Lá vim eu, ainda bebê para cá.

Sempre pensei em leões, elefantes, girafas, zebras, mas nunca encontrei nenhum a não ser no parque, porém isso também tem no Zoológico da minha cidade. Só não tem a Palanca Negra que é um antílope e considerado animal símbolo aqui em Angola.

Não tive nenhum problema com as pessoas: para mim são tão amigos quanto os amigos de lá. Falam mais rápido (papai disse que é o português falado em Portugal) e peguei logo o jeito deles.

As mulheres é que se vestem diferentes: são blusas e saias largas e coloridas, até os pés e um turbante na cabeça. Carregam seus bebês em uma espécie de bolsa em suas costas e ainda levam bacias enormes com roupas ou frutas em suas cabeças. Parecem equilibristas!

O dinheiro deles chama-se kwanza e vale bem menos que o nosso real.

Mamãe contou que Kwanza é o nome do rio que banha a cidade.

Aprendi com eles que aqui houve uma guerra que durou quase 30 anos e a cidade foi quase toda destruída. Então existem os prédios que sobraram desse tempo e os novos que papai ajuda a construir. Com isso a cidade vai ficando mais bonita e seu povo tem muito orgulho disso.

Precisam aprender ainda sobre os lixos. É muito triste ver as ruas amontoadas deles e isso traz doença para as crianças.

Mas são todos muito alegres!

Quando falamos “bom dia”, eles respondem “obrigado”, diferente do nosso jeito brasileiro de cumprimentar. Muito legal!

Em agosto, vovó veio nos visitar e fomos passear com ela pelas redondezas.

Como aqui o clima é sempre tropical, com muito sol, nos dirigimos à praia. No caminho, papai parou o carro ao lado de uma placa que dizia: “Miradouro da Lua”. Vovó só repetia: fantástico, fantástico! Aí mamãe explicou que aquele lugar é onde dizem que se encaixava o Brasil há milhões de anos atrás.

Não sei não…

Mas o nome é porque o solo se assemelha ao solo lunar. São fendas incríveis feitas nas pedras arenosas e de cima onde estávamos, pareciam crateras enormes. Só que não tinha ninguém tomando conta e o resultado era montes de lixo ao lado da única placa na frente do local. Acho que deveria ter uma casinha com muitos cartazes e folders explicando tudo para as pessoas e que pudessem ser levados para casa, mas… nada!

Que pena!

Vovó tem o livro “O Pequeno Príncipe” e já me contou a história do baobá que é uma árvore enorme. Pois é…esse baobá da história é a mesma árvore que existe aqui.

São muitas e em toda parte. Elas têm o tronco muito largo e, como estávamos no inverno, quase sem folhas em seus galhos.

Nesse dia quando saímos para passear vovó não se cansava de tirar fotos e mais fotos.

Fomos visitar também a feira de artesanato que é enorme e se chama Mercado do Benfica. Papai ficou só olhando enquanto as mulheres nem decidiam o quê comprar entre quadros e esculturas, tudo tão lindo!

Agora o que mais gostamos mesmo foi o safári que fizemos no Parque Nacional do Quiçama!

Fiquei meio cansada até chegar lá e, para falar a verdade, dei umas cochiladas. Acordei mesmo quando entramos na estrada de terra, muito estreita e os macacos começaram a aparecer.

Dali fomos para um pequeno caminhão alto, aberto dos lados com motorista e guarda do parque para “procurarmos” os animais. Cada vez que víamos, eram gritos de alegria e eram zebras em bando, girafas tranqüilas e maravilhosas, gnus e veados. Só não vimos os elefantes que procuramos na beira do rio, mas não estavam mais lá.

Que pena!

No condomínio onde moramos acontece uma coisa bem diferente: quando é mais ou menos seis horas da tarde, nos recolhemos dentro de casa e mamãe fecha portas e janelas. Isso porque vai passar o “fumacê”, um homem com uma máquina nos ombros e soltando uma névoa de veneno para matar pernilongos.

Pelo menos ficamos a salvo deles!

Aqui não temos aquela infinidade de shoppings que temos em Curitiba. Temos apenas um e bem novo que se chama Belas Shopping e fico orgulhosa quando vou até lá e vejo o restaurante japonês feito pela minha mãe.

É bem bonito!

Minha escola é muito parecida com as escolas do Brasil mas já estou querendo logo as férias para voltar. Tenho saudades de muitas comidas que não se encontram os ingredientes para fazer além de ser muito caro porque vem de fora do país.

Quanta coisa tenho para contar para meus primos e amigos dessa minha vida aqui!

E, como todos dizem, são experiências e conhecimentos que levarei para sempre!

Nada como ser um pouquinho angolana!”

Imagens: 1) curitiba-parana.net; 3) africa21online; 4) voaportugues.com; 7) escolabritannica.com.br

“NUNCA MAIS SE PORÁ O TEU SOL, NEM A TUA LUA MINGUARÁ, PORQUE O SENHOR SERÁ A TUA LUZ PERPÉTUA, E OS DIAS DO TEU LUTO FINDARÃO.” Isaías, 60- 20

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A PESCARIA

 

Ah, um dia lindo de sol nessas manhãs outonais em que a natureza parece explodir em cores!

E lá vamos nós, filho, nora e dois netos para um Pesque Pague perto da nossa cidade.

Um lugar perfeito: tudo muito limpo, as casinhas cobertas, cada uma com duas cadeiras onde nos sentamos confortavelmente.

Eu animadíssima tirando fotos de tudo que via.

Pegamos três varas, sendo uma para mim, outra para meu filho e a terceira para meu neto que tem quase cinco anos.

Vara pronta, isca no anzol, a linha sendo lançada e olho na boia colorida.

-Mãe, fica atenta para quando a boia afundar pois é a hora em que o peixe está mordendo a isca. Aí é só fisgar e puxar. Explicou o meu filho.

-Ok, ok! Já entendi. Falei como se soubesse tudo a respeito.

Nossa, a minha pose era de uma profissional: calça jeans, camisão, boné e aquele ar de quem sabe que vai tirar o maior peixe da água.

Todos sentados, quietos e os peixes começam a pular, aqui, ali, prá fora, uma festa peixal!

-Peguei um! Fala o meu filho.

E vai puxando uma tilápia grande.

Coloca no balde onde ela começa a se debater até parar.

-Papai, fisguei um! É meu neto gritando e meu filho corre para ajudar a puxar uma enorme irmã daquela outra.

Começo a ficar preocupada!

Um senhor que trabalha ali mesmo, chega perto e joga uma porção de comidinhas e a água parece ficar viva com tantos peixes sassaricando por ali!

-Agora pego um! Falei.

Que nada… eles nem ligavam para minha isca e iam direto para a do meu filho que ia tirando e tirando e eu ficando sem graça e sem graça…

Disfarçadamente eu me chegava perto de onde eles estavam, mas continuava sendo ignorada.

Meu neto ainda pegou mais dois.

Meu filho pegou um que pesou 2 quilos, num total de 10 quilos de peixes.

E eu ali, dando banho na minhoca, que nem minhoca era…

De repente cansei de brincar daquilo.

Fui ver os homens limpar os peixes, tirei fotos dos quatis e acabei no restaurante comendo tilápias fritinhas e tomando uma cervejinha gelada.

Mas antes de ir embora, fiz pose com o peixe que meu filho tinha acabado de pescar…

É,“o mar não está prá peixe”, já disse alguém, mas serviu para eu chegar em casa e fazer o que sei: escrever sobre esse dia de pescaria!

“E DISSE-LHES: VINDE APÓS MIM, E EU VOS FAREI PESCADORES DE HOMENS.” Mateus, 4-19