POETIZANDO… CORA CORALINA

Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu na cidade de Goiás em 20 de agosto de 1889 e foi considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, ela que teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e estórias Mais) quando já tinha quase 76 anos de idade.

Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

Carlos Drummond de Andrade lhe escreveu a seguinte carta, após ler Vintém de Cobre.

“Minha querida amiga Cora Coralina: Seu Vintém de Cobre é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia ( …)”.

“Aninha e suas pedras” é um dos poemas mais emblemáticos de Cora Coralina. Nesse poema, a autora narra a história de uma menina que, ao invés de brinquedos convencionais, coleciona pedras. Ela valoriza cada uma delas e encontra beleza nas diferentes cores, formas e texturas.

A poetisa, que escreveu sobre o seu tempo e sobre o futuro destacando a realidade das mulheres dos anos de 1900, é o principal nome da cidade de Goiás. Em 2002, a cidade de Goiás, com sua paisagem urbana predominantemente marcada pela arquitetura dos séculos 18 e 19, recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, dado pela Unesco. A casa onde morou a poetisa Cora Coralina é hoje o museu da escritora.

Cora Coralina faleceu em Goiânia, Goiás, no dia 10 de abril de 1985.

“O CORAÇÃO DO HOMEM CONSIDERA O SEU CAMINHO, MAS O SENHOR LHE DIRIGE OS PASSOS.” Provérbios, 16- 9

POETIZANDO… VINÍCIUS DE MORAES

Vinicius de Moraes foi um poeta, dramaturgo, escritor, compositor e diplomata brasileiro.

É autor de “Soneto de Fidelidade”, uma das mais importantes obras da literatura Brasileira, da peça “Orfeu da Conceição”, e ainda, um dos precursores da Bossa Nova no Brasil.

Foi durante a segunda fase do modernismo no Brasil que Vinícius de Moraes teve destaque com suas poesias eróticas e de amor.

No período de 1949 a 1951, entra em contato com expoentes da literatura, como o pernambucano João Cabral de Melo Neto – que contribui para a publicação do poema Pátria. Passa a conviver com o chileno Pablo Neruda e o pintor Di Cavalcanti.

No regresso ao Brasil, em 1951, volta a trabalhar no jornalismo, desta vez no Última Hora, onde colabora por meio de crônicas e permanece na crítica cinematográfica.

Lança sua antologia poética, “A Noite”, trabalho que conta com a atuação de Manuel Bandeira na organização.

As parcerias com João Gilberto e Tom Jobim se revelam promissoras em 1959 com o movimento denominado “Bossa Nova”e suas composições são interpretadas por João Gilberto no disco “Chega de Saudade”.

Frases

  • Eu talvez não tenha muitos amigos, mas os que eu tenho são os melhores que alguém poderia ter.”
  • Eu poderia, embora não sem dor, perder todos os meus amores, mas morreria se perdesse todos os meus amigos.”
  • Se o cachorro é o melhor amigo do homem, então uísque é o cachorro líquido.”
  • Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval.”
  • A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros nesta vida.”
  • A vida é a espera da morte. Faça da vida um bom passaporte.”

“GRAÇAS TE DOU, Ó SENHOR, PORQUE, AINDA QUE TE IRASTE CONTRA MIM, A TUA IRA SE RETIROU, E TU ME CONSOLASTE.”Isaías, 12- 1

POETIZANDO… ALPHONSUS DE GUIMARÃES

Alphonsus de Guimaraens (ou Afonso Henriques da Costa Guimarães) nasceu em 24 de julho de 1870, em Ouro Preto, Minas Gerais. Além de poeta, foi promotor, juiz e jornalista.

A morte de sua primeira noiva — a prima Constança — fez com que o escritor passasse a ver a realidade com os olhos da tristeza.

Assim, o autor, que faleceu em 15 de julho de 1921, fez parte do simbolismo brasileiro e produziu melancólicas poesias, caracterizadas por uma linguagem simples, além do uso de aliterações e sinestesias. Devido à perda de sua amada, é também recorrente, em seus textos, a presença da mulher idealizada e da temática da morte.

“A melancolia é mais um traço característico de sua poesia, cujas temáticas recorrentes são solidão e morte.”

Mas há outros temas na obra de Alphonsus de Guimaraens: a solidão, por exemplo, agravada pela percepção da dualidade entre corpo e alma; o isolamento experimentado pelo homem ao entrar nas imensas catedrais (imagem do homem em contato com Deus); a loucura, como efeito da angústia para romper a distância entre o celestial e o terreno; e a desilusão, como se o belo e o perfeito tivessem sido subtraídos da condição humana.

Ainda que tenha explorado a prosa, foi na poesia que Alphonsus teve maior destaque. De sua obra poética destacam-se: Setenário das dores de Nossa Senhora (1899) Dona Mística (1899).

“A MINHA ALMA DISSE AO SENHOR: TU ÉS O MEU SENHOR; NÃO TENHO OUTRO BEM ALÉM DE TI.” Salmos, 16- 2

POETIZANDO… MANUEL BANDEIRA

Manuel Bandeira foi um escritor brasileiro, além de professor, crítico de arte e historiador literário. Fez parte da primeira geração modernista no Brasil.

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu no dia 19 de abril de 1886, no Recife, Pernambuco.

Aos dez anos de idade mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II entre os anos de 1897 a 1902. Mais tarde, formou-se em Letras.

Com uma obra recheada de lirismo poético, Bandeira foi adepto do verso livre, da língua coloquial, da irreverência e da liberdade criadora. Os principais temas explorados pelo escritor são o cotidiano e a melancolia.

Na Academia Brasileira de Letras (ABL), Manuel Bandeira foi o terceiro ocupante da Cadeira 24, eleito em 29 de agosto de 1940.

Em 1903, começa a estudar Engenharia na Faculdade Politécnica em São Paulo. No entanto, abandona o curso, pois sua saúde fica frágil.

Diante disso, procura curar-se da tuberculose em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Suíça, onde permanece durante um ano, e, de volta ao Brasil, em 1914, dedica-se a sua verdadeira paixão: a literatura. Durante anos de trabalhos publicados em periódicos, publica seu primeiro livro de poesias intitulado “Cinza das Horas” (1917).

Seus poemas mais famosos são Os sapos e Vou-me embora pra Pasárgada.

Faleceu no Rio de Janeiro, aos 82 anos, em 13 de outubro de 1968, vítima de hemorragia gástrica.

“OUVE A VOZ DAS MINHAS SÚPLICAS, QUANDO A TI CLAMAR…” Salmos, 28- 2

POETIZANDO… MIA COUTO

Antonio Emílio Leite Couto,  nasceu e estudou na Beira, cidade capital da província de Sofala, em Moçambique em 05 de julho de 1955.

Adotou o pseudonimo de Mia Couto porque tinha uma paixão por gatos. 

Além de considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. 

Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Premio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos e em 1995 e foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. 

Em 2013, foi homenageado com o Premio Camões.

Como biólogo, dirige as Avaliações de Impacto Ambiental, IMPACTO Lda., empresa que faz estudos de impacto ambiental, em Moçambique. Mia Couto tem realizado pesquisas em diversas áreas, concentrando-se na gestão de zonas costeiras. Além disso, é professor da cadeira de ecologia em diversos cursos da Universidade Eduardo Mondlane.

Mia Couto tem uma obra literária extensa e diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas, e é considerado como um dos escritores mais importantes de Moçambique. As suas obras são publicadas em mais de 22 países e traduzidas em alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano.

“E O TESTEMUNHO É ESTE: QUE DEUS NOS DEU A VIDA ETERNA; E ESTA VIDA ESTÁ EM SEU FILHO.” I João, 5-11

17º ENCONTRO ESTADUAL DAS ACADEMIAS

E essas Academias são: de Letras, Ciências e Artes.

Pude comparecer, em outros anos, nos encontros de Londrina e Toledo e, agora, fomos os anfitriões.

Seria “chover no molhado” contar como tudo aconteceu, então, coloco aqui algumas fotos e comentários.

Esse encontro aconteceu nos dias 10, 11 e 12 de novembro agora.

(Abertura do evento com a mesa presidida por Jair Elias dos Santos Júnior, ao lado direito o presidente da ALCA, Herculano Batista Neto seguido do vereador Devanildo Parma Bassi; à sua direita Henrique Simões representando o secretário de Cultura, Zilma Assad, presidente da Associação Mourãoense de Escritores e Ronivaldo da Cruz Malko, representando a Associação Mourãense de Escritores Mirins.

(Participação do grupo Univoz, de Campo Mourão)

A apresentação foi muito elogiada e com toda razão.

(Os imortais de Campo Mourão)

(Todos os participantes)

As conferências foram extremamente importantes: Valéria Borges da Silveira, coordenadora de Gestão do Livro, Leitura e Literatura da Biblioteca Pública do Paraná e Presidente da Associação Literária Lapeana; Miguel Sanches Neto, escritor e reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa falou sobre O Livro no Mundo Digital; Rafael Zeferino de Souza, diretor da Escola Municipal Cidade Nova , contou sobre a importância do projeto “Ciranda Literária; Ederson de Assis, diretor da Escola Municipal São José em Peabiru e membro da nossa AML, discorreu sobre os “Escritores na Escola” e, finalmente, Fábio Sexugi, professor e poeta, membro da AML, nos alertou sobre a IA (Inteligência Artificial) e o Futuro da Palavra.

Na foto acima, estou com minhas afilhadas da cidade de Toledo; abaixo com a presidente da Academia de Toledo e, ao lado, o momento em que Lucrécia Welter, fazia a entrega da coleção História e Memórias das Instituições Literárias do Paraná e dos 16 encontros das Academias do Paraná.

Uma obra magnífica!

Foi entregue por nosso presidente Jair Elias ao escritor Miguel Sanches Neto, a Comenda “Vida e Liberdade” da AML.

E é claro que não podia faltar o nosso tradicional Carneiro no Buraco no almoço de sábado! Momentos de descontração total.!

Com nosso prefeito Tauillo Tezelli e primeira dama Hosana.

(Por duas vezes pude ler poesias minhas)

(Foto com o diácono Ederson de Assis e da Igreja Matriz onde foi a missa)

E é claro que tem que ter selfie com a Giselta e pose no Museu com a Ester…

E termino com a poesia que fiz em homenagem a esse nosso encontro.

DÉCIMO SÉTIMO ENCONTRO

Poetas, despertem!

Escritores, abram as portas!

Entrem aqui, nesse lugar,

(encontro de imortais

que promovem literatura e poesia)

para conosco festejar.

Muitas vezes rabiscamos,

às vezes até amassamos,

escritos que teimam em não sair.

Mas, de repente se manifestam

e como mágica surgem

passando a existir.

Por nosso escrever transformamos

o feio em belo,

a tristeza em alegria,

e, como o pincel de um pintor

palavras vão surgindo

como uma doce alquimia.

Por isso:

poetas venham sem receio.

Escritores aqui é o nosso meio;

perfumando vidas,

espalhando cultura,

nossas metas cumpridas.

Sílvia Fernandes

“BENDITO SEJA O SENHOR, POIS FEZ MARAVILHOSA A SUA MISERICÓRDIA PARA COMIGO EM CIDADE SEGURA.” Salmos 31- 21

DIA NACIONAL DO ESCRITOR

“Hoje, 25 de julho, comemoramos o Dia Nacional do Escritor, data escolhida para homenagear esses profissionais indispensáveis para o desenvolvimento da aprendizagem e da cultura. Sejam livros didáticos, de ficção, histórias fantásticas, narrativas breves, crônicas, análises não ficcionais do passado ou do presente, todas têm em comum uma característica: foram escritas por alguém.

Aprendemos a ler e a escrever ainda na infância, atividades que exerceremos ao longo de toda a vida, mas algumas pessoas dedicam-se profissionalmente a elaborar histórias e poemas, textos que nos entretêm e que nos ensinam. Por trás de todo texto existe alguém, tantas vezes invisível quando estamos imersos em um livro: o escritor.” (UOL- Mundo Educação)

Segue uma poesia minha sobre esse dia:

Dia do Escritor

Em escrever me encontro.

Sou eu ali nas linhas,

nas histórias, poemas,

cantigas e contos.

Ao escrever me desnudo.

Sou eu arriscando em letras,

meu pensamento escondido,

guardado, mudo.

Em escrever sou feliz.

Sou eu com poder,

deixando um legado

daquilo que fiz.

“O MEU CORAÇÃO FERVE COM PALAVRAS BOAS; FALO DO QUE TENHO FEITO NO TOCANTE AO REI; A MINHA LÍNGUA É A PENA DE UM DESTRO ESCRITOR.” Salmos, 45- 1

E EM MAIO, MUITOS EVENTOS!

E não foi só no mês de abril que tivemos inúmeras programações… o mês de maio também foi muito concorrido!

Começamos com um Sarau da AME (Associação Mourãoense de Escritores) no sábado dia 07 onde assistimos declamações, cantos e dança.

Tudo muito bem organizado (na própria biblioteca) pela presidente Silvania Maria Costa.

(Acima, alguns membros da AME e abaixo uma selfie da Dalva com o João Lara, eu e Silvania)

Impossível colocar todas as fotos com as participações, mas segue algumas que registrei incluindo muitas crianças e adolescentes da AMEM (Associação Mourãoense de Escritores Mirins).

Foram momentos de muita descontração onde todos que queriam, podiam se apresentar.

E como temos talentos em nosso meio!

Também tivemos o lançamento de mais um livro: “DE SUAS ORIGENS ATÉ 1970- ARTIGOS DE NELSON BITTENCOURT PRADO” que foi patrono (Cadeira 2) da nossa AML (Academia Mourãoense de Letras).

O evento aconteceu no dia 12 e foi nas dependência da Biblioteca Municipal e muitos compareceram, sendo a apresentação feita por nosso mestre de cerimônias, confrade Ilivaldo Duarte.

Esse livro foi editado pela Nova História Editora com a apresentação de Jair Elias dos Santos Júnior e a revisão feita por Hermínia Camargo Perdoncini.

E nessa semana tive mais uma alegria: recebi o trabalho que os alunos de Pedagogia da Unespar, através do professor Guilherme Antunes Leite, realizaram em seus projetos de estágio na nossa AML.

O primeiro foi esse: um áudiobook da história O Nasquimi Dourado, do livro de minha autoria com esse mesmo nome.

Foi realizado pelos alunos: Maria Luiza Dellay de Godoy e Anderson Lopes.

E esse acima, foi uma escolha das alunas; BrunaProença, Brenda Lima Giacoia e Caroline Rinaldo, uma poesia (Intimidade) do meu livro Um Pouco de Mim.

Coloquei o link para que todos que quiserem, possam conhecer o trabalho desses alunos aos quais sou muito agradecida por ter sido escolhida.

Agora o ponto alto do mês, foi a comemoração dos 20 anos da AML, celebrado com a outorga da COMENDA VIDA E LIBERDADE.

Foram duas as homenageadas com ela: REGINA MENIN GAERTNER (2020) e SINCLAIR POZZA CASEMIRO(2021), personalidades que contribuíram significativamente para as áreas de cultura, literatura e artes em nossa cidade.

Pela manhã já foram convidadas para o programa Tocando de Primeira da Rádio Colmeia FM da cidade, comandado por nosso confrade Ilivaldo Duarte na edição 1.432 do programa.

Acima: Jair, Gilmar, Sinclair e Ilivaldo; abaixo: Dalva, Agnaldo, Regina e Ilivaldo.

O evento aconteceu nas dependências do Hotel Paraná Palace e foi muito concorrido.

O mestre de cerimônias foi nosso confrade Fábio Sexugi e a mesa foi composta por autoridades presentes.

Da esquerda para a direita: Roberto Cardoso, diretor presidente da Fundação Cultural; Hozana Tezelli, representando o prefeito Tauillo Tezelli; Jair Elias dos Santos Júnior, presidente da AML por dois biênios; Dalva Helena de Medeiros, presidente da AML; Oclécio de Freitas Meneses, prefeito de Farol; Regina Gaertner e Sinclair Casemiro, as homenageadas.
Eu e Arleto Pereira Rocha, ao lado do nosso banner e em seguida a entrega das medalhas.
Entregando flores à nossa confreira homenageada ao lado da presidente da AML.
É claro que eu tinha que sair em uma foto com as duas amigas homenageadas!

Fomos ao restaurante anexo onde aproveitamos para conversar, tirar fotos e brindar o acontecimento.

Claro que a última, tinha que ser essa: os acadêmicos da Academia Mourãoense de Letras reunidos nesse importante dia!

Quando penso que não tinha mais nada para acontecer, eis que no último dia do mês, 31, vou até a FIORELLA EMPÓRIO E PADARIA e coloco no totem de livros, meus últimos dois : “O Nasquimi Dourado e outras Histórias” e “Acalanto”, sob as bênçãos do Sr. Geraldo, proprietário e incentivador da cultura.

Pois é… assim terminou o mês e vamos que vamos porque o amor a arte e literatura está mais do que nunca enraizado em nós!

“NÃO CLAMA, PORVENTURA, A SABEDORIA? E A INTELIGÊNCIA NÃO DÁ A SUA VOZ?” Provérbios, 8- 1

NA ERA DO RÁDIO

Era do Rádio é o período que, nos Estados Unidos e outros países, compreendeu os anos de sucesso das emissoras de rádio. Nos EUA foram as décadas de 20 e 30, enquanto no Brasil o auge desse meio de comunicação ocorreu nos anos 40 a 50 do século XX. Wikipédia

Nesse período, iniciou-se a chamada “Era de Ouro do Rádio”, quando ele se popularizou e tornou-se um meio de entretenimento.(Fundação Cidade das Artes)

E foi assim que recebi o convite para ir até a Rádio Colmeia FM de Campo Mourão, participar desse programa de número 1397, TOCANDO DE PRIMEIRA, do meu amigo e confrade ILIVALDO DUARTE.

Também presente o amigo escritor JOSÉ CARLOS PARAGUAIO, um professor gentil e de grande cultura.

( Aqui na chegada aguardando o horário para começar)

Ilivaldo Duarte, tem verdadeira paixão pelo que faz: entre 1999 e 2001 foi o jornalista que atuou em todos os canais (rádio, TV, jornal e internet); tem um blog completando 12 anos; na Tribuna foram 1102 colunas Tocando de Primeira e na TV Carajás foram 90 programas esportivos!

(Aqui, já no blog)

Esse programa teve como finalidade, comemorar o Dia do Escritor no dia 25 desse mês.

E assim as perguntas foram em torno de como começamos a escrever, se é mais fácil ser professor ou escritor as quais respondíamos, enquanto ouvintes mandavam suas mensagens pelo whatsApp.

” A POESIA É COMO A PLANTA QUE BROTA NA TERRA PRODUTIVA, FORTIFICA O ESPÍRITO E ALIMENTA A ALMA.” Prof. Paraguaio

No final, presenteei com meu livro ainda não lançado, ao Ilivaldo.

Esse livro ACALANTO, será lançado em uma live no dia 10 de Agosto às 19:00 horas, pelo Facebook, página da Academia Mourãoense de Letras.

“ESCREVER É FÁCIL. VOCÊ COMEÇA COM UMA LETRA MAIÚSCULA E TERMINA COM UM PONTO FINAL. NO MEIO VOCÊ COLOCA IDEIAS.” Pablo Neruda.

Salmo de Davi, 117: LOUVAI AO SENHOR, TODAS AS NAÇÕES; LOUVAI-O, TODOS OS POVOS. PORQUE A SUA BENIGNIDADE É GRANDE PARA CONOSCO, E A VERDADE DO SENHOR É PARA SEMPRE. LOUVAI AO SENHOR!

ELA, ELE E O HAICAI

Ela era tão jovem e sonhadora…

Gostava de flores, das árvores, dos animais do campo, dos riachos e do silêncio.

Passava horas sentada embaixo daquela “sua” árvore, um ipê florido, à beira do lago.

Pensava em quão lindas seriam as cerejeiras do Japão…

Tinha a maior vontade de conhecer suas origens e esse país que ela admirava tanto por suas paisagens belíssimas e pessoas tão apegadas às suas tradições!

Em seu colo, sempre um livro aberto ou um caderno no qual escrevia seus haicais e poemas.

“PERFUME NO AR,

JAPONESAS CONVERSANDO.

SÃO AS CEREJEIRAS.”

Nesse momento, fechou os olhos e pareceu ouvir as vozes sussurradas das japonesas sob as árvores carregadas de flores.

Sentiu o perfume que exalavam e abrindo os olhos tomou em suas mãos uma folha de papel que começou a dobrar, várias vezes, sem formar nada.

– Por que não consigo fazer maravilhas como fazem os japoneses?

E novamente escreveu:

“AS DOBRAS SUTIS

NO PAPEL TOMARAM FORMAS.

SÃO OS ORIGAMIS.”

– Ainda bem que consigo me expressar escrevendo. Falou baixinho.

– Não deixa de ser uma forma linda de se expressar também! Alguém disse.

Ela olhou assustada, repentinamente tirada do seu devaneio, para um jovem japonês parado ao seu lado.

– Por favor, não se assuste! Disse ele. Tenho passado sempre por aqui e vejo você sozinha, tão pensativa, sempre a ler, a escrever. Fico lá longe observando, mas hoje tomei coragem para me aproximar.

E ele se sentou ao lado da jovem.

Começava aí uma grande amizade, uma história de repartir conhecimentos, sonhos e amor.

Ficavam horas ali conversando.

Ele a contar histórias do seu país, ela a contar causos do seu.

Lá de longe, quem olhasse veria, às vezes, ela dançando tão leve, enquanto ele olhava encantado e, outras vezes, ela sorrindo muito enquanto ele mostrava a dança dos samurais.

De repente paravam e começavam a escrever.

Faziam isso muitas vezes e um mostrava ao outro, os versos que escreviam.

“VEM VINDO APRESSADO!

NO SILÊNCIO, OUÇO O GALOPE.

CAVALGO NO VENTO.”

– Eu sou como aquele que cavalga no vento. Disse ele. Venho de longe e quem sabe um dia, volto em suas asas…

“FLORES PROCURANDO

UM GIRASSOL AMARELO.

O SOL LÁ NO CÉU.”

– E esse que acabo de escrever é como sou. Disse ela. Em eterna procura de outros povos, outras pessoas, outros lugares.

E assim passavam os dias e eles se aproximando cada vez mais.

Em um dia, ela encontrou um papel dobrado em seu caderno.

“NA ESSÊNCIA DA VIDA

DESCUBRO, CHEIO DE ENCANTO,

PERFUME DE AMOR.”

Ela sorriu e guardou aquela declaração tão singela dele.

O tempo foi passando e um dia ele contou que precisava retornar ao seu país.

“MISTURARAM GOSTOS,

GESTOS, SALIVAS, TEMORES.

CHORARAM NO ADEUS.”

– Eu volto! Disse ele. Volto para te buscar!

E dia após dia, lá estava ela, com o caderno aberto em seu colo, muitas vezes o olhar perdido e, algumas vezes, lendo alto o que acabara de escrever.

“MURCHARAM AS FLORES,

PÉTALAS SE DERRAMARAM.

LÁGRIMAS DE DOR!”

E ela chorava baixinho lembrando quão doces foram os momentos passados com ele.

“ CHEIRO DE PERFUME

NA PELE LIMPA DO BANHO.

VOLTE, MEU AMOR!”

E as chuvas caíram e ela lá a escrever:

“A CHUVA CAINDO

MOLHA OS PENSAMENTOS MEUS.

ESTOU NAUFRAGANDO!”

E ali, naquele lugar onde foi tão feliz tantas vezes, ela se deixou ficar, as gotas da chuva misturadas com suas lágrimas sentidas.

Achou que ia morrer…

Sua roupa molhada, tão fria, colava em seu corpo já tão fraco da espera.

Fechou os olhos e começou a ouvir a melodia dos sinos dos ventos espalhados nas árvores ao redor.

Aos poucos foram sumindo e ela sentiu que estava prestes a entrar em um outro mundo.

De repente, sentiu uma pressão forte em seu corpo e estava com que pairando no ar.

Eram braços fortes que a seguravam com todo o carinho possível e a levavam para baixo de um abrigo.

“ AH, AQUELES RAIOS

ROMPENDO POR ENTRE FOLHAS!

DE NOVO ESPERANÇA.”

Ela abre os olhos e tudo se transforma!

“ DE REPENTE, O SOL.

É LUZ, CALOR, ENERGIA!

TRANSFORMO MEU CORPO!”

-Voltei para te buscar! Ele diz.

E ela, como por encanto, sente-se revigorada!

E quem olhasse de longe, veria o casal, mãos dadas, seguindo em direção ao arco íris no céu.

“ NAS MÃOS, UMA FLOR.

LEVO COMIGO FELIZ,

UM BRINDE AO AMOR!”

 

Essa história escrevi há muito tempo atrás e é uma homenagem a um povo ao qual tenho profunda admiração.

Foi publicada na “CIDADE EM REVISTA”, número 48 de fevereiro de 2018, da minha amiga, Cidinha Coletty.

Imagens: 1) rotadeferias, 2) 3) e 4) Pinterest

“A ESPERANÇA DEMORADA ENFRAQUECE O CORAÇÃO, MAS O DESEJO CHEGADO É ÁRVORE DE VIDA.” Provérbios, 13- 12