Continuando a sequência dos posts que mais gosto, esse agora é de 31 de julho de 2014.
Escrevi logo após o término de uma linda novela: MEU PEDACINHO DE CHÃO.
“Era uma vez um lugar chamado Vila de Santa Fé”.
Assim começou essa novela tão encantadora, cheia de pessoas simples, mostrando que existe vida, além de matanças, ciúmes e maus exemplos que cansamos de assistir a todo instante!
Quem não gostaria de morar nesse lugar encantado?
Onde a neve cai de repente deixando tudo branquinho, onde a primavera enche de flores os caminhos, onde a locomotiva vem apitando pelas campinas, onde as crianças brincam sossegadamente, onde as mulheres se vestem com longos vestidos e onde existe a delicadeza de movimentos e música pairando no ar?
E esse faz de conta vai chegando ao fim…
Uma novela com um elenco tão enxuto, mas cheia de grandes nomes!
O que é o pequeno (no tamanho) Osmar Prado e que se tornou um gigante na pele do temível e adorável Coronel Epa?
O que é o formidável Antonio Fagundes que adota um andar puladinho, vestido de dono de bar como um Giácomo tão feio?
E o galã de outras novelas, Rodrigo Lombardi, que como Raj despertava suspiros e aparece agora como um barbudo analfabeto de nome Pedro Falcão?
Os verdadeiros atores são assim mesmo: nos encantam com suas atuações em qualquer papel que se nos apresente… grandes nomes que se dispuseram a deixar seus rótulos de galãs para enfeiarem em sua aparência, mas sem deixar de ser menos maravilhosos!
E ele se mostra apaixonado por sua esposa, a dona Tê (Inês Peixoto) que com seu acordeom deu vida à sua casa e chamando-o de “pai” se mostrou de uma versatilidade tão grande… sem dizer que eu nem conhecia essa atriz!
E aí vem a lindíssima Juliana Paes no papel da irriquieta Catarina que conquistava todos com sua risada aberta, escancarada, cheia de charme.
A “perfessora” Juliana (Bruna Linzmaier) com seus cabelos cor de rosa e que desperta a paixão no fabuloso Zelão (Irandir Santos).
Esse Zelão, sem saber, caiu nas graças de milhares de mulheres que o viram como um homem viril, sedutor e de uma sensibilidade tamanha!
E o jovem Ferdinando (Johnny Massaro) que acaba conquistando o coração da indomável Gina (Paula Barbosa) e vivendo uma linda história de amor?
E por aí vem: Padre Santo, o tão querido Emiliano Queiroz; Rodapé (Flávio Bauraqui) com seu jeito esquisito, cantando enquanto tira o leite da vaca; Amância (Dani Ornellas), uma empregada metida e tão amada; Mãe Benta (Teuda Bara) tão especial no seu papel de benzedeira; o Prefeito das Antas (Ricardo Blat) que ficou praticamente irreconhecível nesse papel; Marimbondo (FernandoSampaio), Izidoro (Raul Barretto), Rosinha (Letícia Almeida) um rosto lindo que acaba conquistando o solitário italiano Giácomo; Doutor Renato (Bruno Fagundes) em sua primeira novela; Tuim (Kauê Ribeiro de Souza) o amigo querido das duas crianças e mais um casal lindo: Milita (Cintia Dicker) com suas sardas e tranças e Viramundo (Gabriel Sater), romântico e com uma voz suave e gostosa de ouvir…
E tem o Galo Bené, testemunha dos grandes acontecimentos da Vila.
E, por último, as duas crianças que, para mim, foram a grande revelação da novela: Pituquinha (Geytsa Garcia) e Serelepe (Tomás Sampaio).
O que eram essas crianças lendo, ou melhor, devorando os livros de Monteiro Lobato?
E a vontade de aprender que as pessoas tinham e a atual crítica sobre a política brasileira, tudo de uma maneira sutil e verdadeira?
Benedito Ruy Barbosa é o autor dessa novela encantadora que já está deixando saudades…
Que venham mais “pedacinhos de chão” para nos encantar e sonhar com novos “Zelões” e que nos levem a voar sobre jardins floridos…
Imagem 1: redeglobo.globo.com; imagem 2: blogs.odiario.com
“SARA-ME, SENHOR, E SARAREI; SALVA-ME, E SEREI SALVO; PORQUE TU ÉS O MEU LOUVOR.” Jeremias, 17- 14